Bloody Eve - O começo do Caos. Chapter 1

O mundo pokémon, muito prestigiado pelas maravilhas que proporcionam aos humanos, pelas criaturas, os seres exóticos que o transformam em uma relíquia somente por existir, esse mar de rosas que hoje vocês conhecem, essa liberdade de usar os pokémons como bem entender... Nem sempre foi assim.

A muitos séculos atrás, quando as florestas eram mais temidas do que tratadas como parque de diversão, quando os carros não existiam e as carroças locomoviam as pessoas, existia um mundo diferente do atual. Os continentes, eram divididos por reis e rainhas que comandavam cada um deles, controlando a entrada e saída de todos e, por mais que isso não agradasse a muitos, os pokémons da guarda real, tanto como as majestosas habilidades de seus líderes, eram inquestionáveis. Havia uma pirâmide que separava por classes as pessoas residentes dos reinos.
De cima para baixo: Reis - Conselheiros do Rei - Guardas Reais - Militares de segurança - Camponeses - Escravos.
Esta era a mais injusta e desonesta categoria que decidia se uma pessoa teria o que comer no dia seguinte ou não.
Os de classe superiores, humilhavam os que estavam abaixo de si, os escravos trabalhavam duro todo dia e no final da madrugada, ganhavam água e algumas migalhas que eles chamavam de refeição. Tudo era uma verdadeira anarquia, e por mais incrível que pareça, essas posições afetavam também - principalmente - os pokémons. Caso estes executassem mal um trabalho, eram punidos com chicotadas e mals-tratos.
Até o dia... Que aconteceu a Grande Rebelião.
Tudo começou na região de Sinnoh. Era 23 de outubro, estava nevando forte e eu estava no meu calabouço, dando o pouco de água que havia recebido para meu adorável Gabite. O que ele não quis mais tomar, eu usei para limpar os ferimentos de seu corpo. Eu podia morrer de desidratação, mas não deixaria nunca ele sofrer.

- Você vai ficar melhor bebê, a Jess vai cuidar de você - Disse para ele, como costumava fazer quando eu era uma criança e ele, um pequenino Gible.

Ainda consigo me lembrar da vez que cai daquele barranco e ele me ajudou... Tornando-se meu pokémon. Mas eu também lamentava por esse dia, afinal, se Gabite nunca tivesse me conhecido, ele provavelmente poderia estar trabalhando com algum Guarda do Rei. Gabite era forte, muito forte e tinha potencial para isso. Mas quem iria notar um pokémon de uma escrava?

- Grrr - Gabite grunhiu, alertando que alguém estava se aproximando e eu me levantei, arrumando meus trapos que chamo de roupa e escondendo os panos que havia usado para cuidar de Gabite.

- Jessica! Temos um tumulto em frente ao portão, vá ajudar a deter os de sua laia! - Me ordenou um dos militares de segurança e logo eu e Gabite fomos até lá.

Quando chegamos do lado de fora, nossos olhos se arregalarão com a cena vista. Os camponeses, considerados a classe mais pacífica estavam atacando com tudo o que tinham os militares de segurança, pokémons que eu nunca tinha visto com nenhum deles apareceram, isto me fez levantar a hipótese de que os camponeses tinham mais segredos do que costumavam dizer.

- Ei você! O que pensa que esta fazendo ai parada!?! Ajude-nos! - Exlamou incrivelmente exaltado um dos militares e eu me libertei do transe.

Me coloquei em posição de batalha junto com Gabite, estava prestes a comandá-lo para a batalha... Quando senti uma mão me puxar, tapando minha boca e com a outra, meus olhos. Me desesperei, me debati, tentei gritar, estava preocupada com Gabite pois não conseguia o escutar, até que finalmente fui libertada. Minha primeira ação foi procurar por meu pokémon e felizmente, ele estava do meu lado. Eu me virei para a pessoa que havia me tirado dali e me deparei com uma jovem de cabelos longos loiros, seus olhos eram claros num azul intenso e suas vestes eram discretas. Eu me posicionei pronta para batalhar, mas recebi um riso forçado daquela garota.

- Acalma-te os nervos, eu puxei-lhe para te salvar, apenas isto -

- Me salvar do que? E quem é você? Apresenta-te! -

- Oh, perdão os maus modos... Bem, me chamo Alice Ishtar, faço parte do... - Ela não terminou sua frase e eu fiquei curiosa.

- Do que mulher? -

Ela riu para mim e fez um sinal para que eu ficasse em silêncio, é... ela não iria mesmo me falar do que ela fazia parte. Logo, ela pediu-me para acompanhá-la. Estava desconfiada, Gabite também, mas eu não tinha nada a perder, por isso a segui.

Nós caminhamos por becos escuros, atalhos estranhos e principalmente, escalamos paredes de um jeito que eu nem sabia que era possível.

Finalmente, ela me avisou que havíamos chegado. Eu não entendi, pois não havia nada lá, era apenas uma parte da floresta, sem nada. Mas meu queixo caiu quando Alice chutou com força o solo e dele, uma passagem se abriu, revelando uma escada que levava ao subterrâneo.

- Vai na frente - Alice pediu mas eu fiz questão de mandar Gabite na frente, logo em seguida entrei e assim que nós duas estavamos lá dentro, ela fechou a passagem, batendo a entrada contra o chão, camuflando-a novamente.

Nós terminamos de descer as escadas e no fim dela, eu presenciei um lugar que parecia muito com um salão de festa real, mas com um pouco menos de "frescuras" na decoração. As paredes e o chão eram rochosas, haviam algumas bandeiras penduradas com um símbolo esquisito, talvez fosse o brasão, ou o emblema daquela... como posso dizer? Sociedade? Clã? Bem, daquilo lá!

Alice me puxou em direção a um grupo de três pessoas e sorridente, me apresentou.

- Gente, esta é a... Como é mesmo teu nome guria? -

- Jess... - Todos me olharam e eu virei o rosto para algum lugar que eu não tinha que olhar para eles, estava com vergonha, fazia tanto tempo que não falava com ninguém além dos guardas e militares que talvez tenha me desacostumado.

- Bem, Jess.. Estes são Marco, Lucia e Diego -

Cumprimentei a todos com uma reverência formal, até ser surpreendida por uma pergunta que nem mesmo eu sabia responder, ela tinha visto do denominado Marco:

- O que faz aqui garota? -

- Depois eu explico Marco, agora precisava falar com Wallace. Onde ele está? - Alice tomou a frente, me livrando daquela pergunta. Eu comecei a ficar preocupada, talvez arrependida de ter seguido Alice até lá. Eu não sabia quem eram aquelas pessoas, nem o que queriam.

- Está supervisionando os novatos no treinamento, perto do lago - A moça cujo nome atendia por Lucia respondeu no lugar de Marco.

- Ei! Espera, eu quero ir junto! - Disse desta vez, o mais baixinho de todos ali, até mais do que eu, o Diego.

- Está tudo bem, contanto que não atrapalhe-nos - Ele afirmou balançando a cabeça positivamente e nós saimos da lá, em direção ao tal lago.

Eu olhei para os lados, a minha ansiedade aumentava a cada passo que davámos, até que finalmente disse surpreendendo aos dois:

- Gabite, Sand Attack! -

Gabite lançou areia nos olhos de ambos e nós dois aproveitamos para sair correndo de lá, eles levariam algum tempo para se recuperar e eu poderia retornar para o castelo.

Eu escutei um barulho que ouvia pouco ultimamente, era o liberar de uma pokéball, um pokémon havia sido lançado! O que fez eu aumentar meus passos junte de Gabite. Apesar de estar sendo seguida, eu consegui avistar pelo menos uma parcela do que deveria ser os portões do castelo, e assim que tomei visão dele, cai de joelhos no chão.

Tudo era uma cena de horror indescrítivel. Havia pokémons, guardas, militares e camponeses caídos no chão, sangue era o que não faltava. Fogo estava por toda a parte, pokémons que balançavam os corpos de seus mestres desesperados... Tudo isso acabou ocasionando o meu derramar de lágrimas, enquanto Gabite batia uma das patas em minhas costas, tentando me reconfortar.

Eu odiava aquela cidade, mas havia algo além dela que me trazia mais raiva ainda: A morte, o desespero, a aflição. Eu já era suficiente para sofrer aquilo, porque mais gente teria que passar por isso? Porque mais pokémons teriam que chorar no corpo de seus donos?

- Yawn! - Eu ouvi a voz de Alice ecoar e logo me surpreendi com um Marshtomp à nos por para dormir com o movimento.

Minha visão se tornou turva, a última coisa que eu pude ver, foi Gabite caindo no chão adormecido.

E aquele... Foi o início da Bloody Eve*.

*Bloody Eve = Véspera Sangrenta.

2 comentários:

  1. Caramba! Que história incrível! Aguardo ansiosamente o próximo *u*

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  2. CARACA! Muito inovador! Parabéns, continue sempre!

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