Bloody Eve - Alianças. Chapter 4

O sol estava prestes a se pôr e os indivíduos que antes estavam na floresta, retornavam a segurança de seu esconderijo.
Ao chegarem, foram pegos por perguntas e olhares surpresos, estes, ocasionados pelo fato de Alice estar em prantos, despejada em lágrimas e soluços. Tudo foi rapidamente explicado e uma breve reunião se deu início entre o que parecia ser os "membros de elite" da equipe.

─ O que eu vou fazer agora? ─ Indagava a loira com as mãos cobrindo o rosto.



─ Vai ficar tudo bem Lice, o Wall não vai deixar isso barato ─ Diego tentava confortá-la com palavras meigas.

Finalmente, eles conseguiram obter a visão que tanto esperavam: Wallace e os outros membros retornando com o resultado do que fariam a respeito do rapto do pokémon.
Wallace sentou-se no meio e ao redor dele, os outros: Lucia, Marco e um outro rapaz que ainda não havia sido apresentado.

─ Primeiramente, eu gostaria de apresentar-lhes o novo membro de nosso clã: Leonardo. Ele veio por vontade própria ao nosso grupo e demonstrou possuir grandes habilidades ─

─ Deixe disso Wallace, eu quero saber sobre o Dino! O que vão fazer a respeito dele?! ─ Alice parecia extremamente exaltada e não era pra menos.

─ Uhm... Tudo bem. Eu decidi enviar a elite para resgatar o Dino, Lucia, Marco e Leo estarão encarregados de buscar seu Marshtomp, por isso fique tranquila ─

─ E porque eu não posso ir? ─

─ A senhorita está muito exaltada e nervosa. Seria mais um estorvo do que uma ajuda ─ A verdade doeu em seu peito.

Concluído aquela reunião, os três se preparam, com suas bolsas de couro a carregar itens de grande ajuda e, obviamente, seus pokémons de batalha.

Já na porta do esconderijo, eles acenaram para todos dali, partindo para o castelo. O caminho não foi difícil para eles, mas para um novato seria como andar em um desfiladeiro.
Depois de muito sobe e desce, pula e agacha, eles finalemnte chegaram a parte traseira do castelo, contudo, não totalmente, pois estavam alguns metros longe dele para a segurança de todos. Afinal, havia guardas inspecionando o palácio por toda a parte.

─ Deixem comigo. Galvantula, vamos nessa ─ Marco lançou uma pokéball em campo, liberando dela, um pokémon de porte médio, pelos amarelados e aparência peculiar. Era seu cofiável Galvantula.

─ Vamos lá, use String Shot, depois os deixe incapacitados com Thunder Wave ─

O tipo inseto foi rápido ao atender os comandos, lançou de sua boca uma espécie de teia, que serviu de apoio para ela se impulsionar aonde os guardas estavam. O trio que estava escondido no arbusto pode ouvir um grito que foi interrompido pelo que parecia ser o Thunder Wave de Galvantula.
Logo, quando tudo estava "limpo", o pókémon utilizou Spider Web, criando um caminho, um tanto quanto perigoso, para eles subirem até lá.
Apesar disso, sua escalada foi demasiada fácil.

Eles apressaram os passos, finalmente adentrando na fortaleza. Mas logo de cara, se depararam com um guarda, que por pouco não lhes entregou, se não fosse por Galvantula a lhe paralisar com Thunder Wave.

O trio andou de modo cauteloso, como se conhecessem aquele lugar como a palma da mão e... realmente conheciam. As lembranças de cada um retornava em suas mentes, principalmente as torturas. Contudo, nada disso iria interfirir em sua missão.

─ Xiu! Estamos chegando no primeiro calabouço ─ Falou Lucia para os rapazes, entrando na prisão camuflada de "calabouço".

Eles foram surpreendidos por uma risada esquisita, beirando um tom macabro.

─ Kukukuku, Geengaar! veja, veja, temos visitantes ─

Aparecia de uma das entradas, um homem de cabelos acizentados, com uma franja que cobria seus olhos, impossibilitando-os de vê-los e um sorriso que causava arrepios em todos que o olhassem.
O pokémon chamado por ele apareceu logo em seguida. Como seu mestre, ele tinha um sorriso assustador e a vontade de provocar alguma maldade com aquele trio estava emanando por todos os seus poros.

─ Eu sinto muito, mas eu, Kimi, não poderei permitir as vossas passagens ─

O denominado Kimi parecia determinado a não deixar que os nossos heróis continuassem, mas Marco se pôs em posição de batalha junto de Galvantula, logo dizendo:

─ Vão na frente, eu os encontro mais tarde! ─

Ambos acenaram para o companheiro balançando a cabeça, finalmente correndo em direção a escada para o próximo calabouço.

─ Gengar, não os deixe passar, Shadow Ball! ─

O fantasma criou uma esfera arroxeada de energia macabra que correu em direção aos dois instrusos, mas antes que ela entrasse em colisão com estes, Marco comandou seu pokémon:

─ Fury Cutter agora! ─

Galvantula, muito ágil usou suas duas patas ferozes para dissipar aquela esfera em muitos brilhos que percorreram aquele lugar obscuro, protegendo desta forma seus companheiros.
Marco sorriu para o jovem Kimi, falando logo depois de bater duas vezes no próprio peitoral.

─ Seu oponente sou eu! ─

A batalha estaria prestes a começar, contudo, focai-nos em nossos heróis ao resgaste, que estavam correndo com sua maior velocidade, em busca de salvar seu companheiro de equipe, Dino.

Finalmente, o segundo andar havia chegado, mais um pouco e eles estariam perto do sub-solo, aonde, provavelmente, estaria Marshtomp.

─ Vamos, estamos quase lá ─ Leo falou para sua parceira, mas antes que pudesse mais um passo sequer, foi atingido por uma esfera de coloração rosada, que lhe provocou alguns arranhões, mas se Leo não tivesse se jogado para o lado, com certeza teria jorrado um bocado de sangue, ocasionado por aquele Psychock.

─ Leo! Você está bem? ─ Antes que o garoto pudesse responder a pergunta de Lucia, uma nova presença adentrava naquele terreno. Era um rapaz alto, de cabelos escuros e roupas clássicas, porém muito elegantes. Do seu lado, uma linda Kirlia se apresentou junto de seu mestre e, como ele, era muito elegante.

─ Kaito... ─ Leo resmungou em um tom baixo, mas suficiente para que o homem a sua frente escutasse.

─ Ora, Leo! Que prazer revê-lo por aqui. Para que veio? Quer ser torturado de novo? ─ Kaito proferia aquelas palavras com desdém e deboche, como se aquilo fosse uma coisa natural, enquanto Lucia olhava assustada para ambos, pois estava entendo a situação.

─ Luh... Segue em frente, eu cuido desse bastardo ─

─ Mas Leo, eu não posso deixar você assim, você está machucado! ─

─ Se não for, Alice nunca nos perdoara ─ Ele riu, tentando procurar alguma distração daquela situação tão desagradável.

Lucia por sua vez, não viu escolha a não ser seguir em frente. Para a surpresa deles, Kaito não impediu sua passagem e Lucia pode prosseguir sem preocupações. Leo sacou sua pokéball, liberando Empoleon, que adentrava no campo já com uma feição não muito agradável para seus oponentes.

─ Porque não a deteve? ─ Indagou Leo antes de começar a batalha.

─ Tem alguém que quer conhecê-la do outro lado ─

Ambos sorriram e a batalha iniciou.

Lucia corria o mais rápido que podia, o fôlego estava começando a faltar, mas parar não era uma opção.

Finalmente, ela havia chegado no sub-solo, estava escuro e por precaução, ela lançou sua adorada Sylveon. A fada utilizou Misty Terrain, iluminando aquele lugar e livrando-o do breu que o cobria. Quando a luz tomou conta, Lucia se assustou com a presença de alguém ali.
Ele estava sentado em uma espécie de trono, o local estava coberto por algemas, e outras coisas que pareciam servir para a tortura, ferramentas estas que Lucia conhecia muito bem. O homem vestia um sobretudo preto com capuz, que não deixava seu rosto a mostra, mas logo ele se levantou e o reitou, revelando sua pele branca, os cabelos negros e olhos de mesma cor intensa. Era um rapaz de boa aparência, mas de uma feição misteriosa, que não deixava a garota saber suas verdadeiras intenções.
De repente, ele sorriu e Lucia sentiu sua palpitação aumentar. Por causa disso, ela se repreendeu mentalmente.

─ É tão linda quanto eu imaginava ─ Falou o moreno se aproximando dela e passando uma de suas mãos gélidas pelo rosto macio de Lucia. Ela se afastou do homem, em uma posição de defesa, mas suas pernas tremulas não deixavam esconder seu receio.

─ Mil perdões pela falta de educação, meu nome é Black e a um tempo venho investigando o seu clã. E... foi ai que eu vi você. Batalhando, correndo, rindo... de todas as formas sempre tão perfeita ─

As palavras daquele garoto lhe penetravam dentro do peito, por mais que tentasse ignorar.

"É um truque", "Uma farsa", "Uma armadilha", eram as frases que seu racional lhe dizia.
"Pare de me abalar", "Esses lábios são tão bonitos", "Será que ficariam bem colados nos meus?", em troca, seu coração lhe devolvia com estas.

De modo repentino, Black puxou uma corda que residia perto do trono, e ela ocasionou a descida do que parecia ser uma gaiola, e dentro dela, estava Dino acorrentado.

─ DINO! ─ Lucia não conteve seu grito ao ver o pokémon e tentou correr para ele, mas foi pega pelos braços por Black, que a mantinha presa com intensidade.

─ Louca! Se tocasse podia ter morrido! ─ Ele a largou e apanhou uma pedra do chão, tacou na gaiola e a rocha foi feita em pedaços pela descarga elétrica que foi desferida dela.

As palpitações da garota só aumentavam, ainda mais com aquele ato, lhe salvando.

─ Pode parecer estranho... Mas... Eu quero me tornar o aliado de vocês ─ Black apertou um botão perto de sua poltrona e a gaiola abriu, Dino correu ao encontro de Lucia e Sylveon, abraçando a ambos com um olhar choroso.

Black se aproximou da garota e colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha da mesma.

─ Se for para ficar contigo, farei isso ─

Black se tornará um aliado do clã? E o que aconteceu com Leo e Marco? Veja no próximo capítulo!

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