Pokémon... Esse é um dos assuntos mais
falados em Nuvema, talvez fosse porque grandes Treinadores Pokémon começaram de
lá, nossa cidade é famosa por isso. Acho que não tenho vocação para ser um
treinador. Minha relação com os Pokémon sempre foi uma relação de respeito –
Tirando aquele Tranquill, mas leve em conta que ele não me deixava dormir – Meu
pai, Doutor Victória sempre me ensinou a respeitar os Pokémon, nunca demos
muita atenção para as lutas ou campeonatos. Sempre achei errado os Pokémon lutarem
por pura diversão, e sinceramente ainda não sei porque eles aceitam serem
tratados dessa forma. E assim como meu pai, também acho estar errado que
Pokémon sejam obrigados a ficarem trancafiados em poké-bolas. Talvez por
acreditar nisso meu pai nunca me deixara ter um Pokémon, mesmo assim não
cansava de pedir um a ele, e sempre me dizia a mesma coisa; “Pokémon não são
objetos para pertencerem a alguém, eles são seres vivos, e assim como nos, também
têm o direito de serem livres”. Parti de Nuvema exatamente às sete e meia da manhã, levei um tempo para
atravessar a cidade, pois moro no outro extremo, na verdade quase junto às colinas. Ocorreu-me de que nunca havia
saído da cidade. Enquanto caminhava, perguntas sem respostas pairavam pela
minha mente; “Será que iria encontrar meu pai?”, “Será que chegaria a twist
Mountain?”, bom, se treinadores Pokémon conseguiam, por que eu não? Certamente
porque eles têm Pokémon para protegê-los, e eu também precisava de um!
Caminhei por uma estrada de terra em
meio a um campo gramado por alguns minutos até encontrar uma placa de madeira
indicando “Rota 1”. Para onde quer que eu olha-se sempre havia um Pokémon
diferente. Sewaddles nas arvores, Patrats vigiando seu território em meio ao
matagal e Dwebbles construindo seus cascos rochosos. Vi até Pokémon que não
conhecia. Seria interessante fotografar aqueles Pokémon, como meu pai, eu também
gostava de fazer pesquisas. Talvez a viagem fosse mais agradável se eu não
estivesse com tanta fome.
Reparei em um Minccino que estava
extremamente agitado no galho de uma arvore, ele estava de costas para mim. E
quando me aproximei ele virou-se com uma Poké-bola na boca - Julguei que a poké-bola
deveria ser roubada pois li um artigo na revista “Pokémon e Cia”, que dizia que os Minccinos costumavam roubar objetos de viajantes para limpá-los - Rapidamente ele saiu
pulando de galho em galho nas arvores, adentrei na floresta para segui-lo. Não sei o que me fez pensar que conseguiria pegar aquela poké-bola.
Obviamente o perdi de vista, primeiro porque o bicho corria demais para mim,
depois porque tropeçava em todos os galhos que encontrava pelo caminho – Leve
em conta que eu não moro em uma floresta – e por ultimo, porque estava morto de
fome. Não comia nada desde o jantar da noite passada! Se não fosse tão
esquecido teria me lembrado de comer antes de sair de casa, ou de levar um
lanchinho na mochila, não seria má ideia.
Logo parei de correr aos poucos e me
sentei no chão para descansar, quando me dei por conta estava no meio de uma
floresta fechada, e ai vai a dica “Nunca siga um rato branco para o meio da
floresta!”. Não demorou muito para o desespero tomar conta de mim. Depois de
levantar e rodar três vezes já não lembrava por aonde vim. Eu estava com fome,
cansado e perdido!
A floresta era realmente sinistra, ouviam-se sons de toda parte, sons
que ecoavam de muito longe. Não havia como saber se estava de dia ou de noite pois as arvores gigantescas encobriam o céu.
Passou pela minha cabeça a ideia de escalar uma arvore para ter uma vista mais
ampla, mas isso estava fora de cogitação, as arvores eram três vezes maiores do
que as que eu estava habituado a subir. E claro, para completar a desgraça meu
Pokélogio estava sem sinal!
Como se não pudesse piorar começaram a surgir sombras nas arvores,
sombras silenciosamente medonhas. Elas circundavam arvore a arvore até
finalmente chegarem a mim. Sentei-me tremulamente deslizando sobre um tronco enquanto
a sombra que agora se moldava em uma forma maciça aproximava-se de mim. Aos
poucos a sombra ia tomando forma e ficando mais espessa, até que se moldou em
um Musharna.
Meu pai conheceu seu ajudante, Wally, quando tinham dezessete anos e
cursavam o primeiro ano de faculdade. Wally era um cara alto – não mais que meu
pai – e possuía um físico comum. Ele aparecia em casa de vez em quando para
trabalhar nas pesquisas junto ao meu pai. Ficavam trabalhando até altas da
madrugada. E às vezes eu não conseguia dormir – Culpa dos Tranquill Barulhentos– então
Wally usava seu Musharna ajudante depara me fazer adormecer. Isso ocorreu diversas vezes
então estava habituado a ser “Hipnotizado”. Quando olhei para aquele Musharna
não tive duvidas, era o Musharna de Wally! Isso explica porque estava tão
machucado, ele viera da onde quer que meu pai esteja para pedir ajuda.
Como uma faísca na memória lembrei-me
do pesadelo de hoje, e da sombra na janela, sem contar com a sensação de estar
sendo seguido. Sim, fora tudo obra de Musharna, e com esse sinal, mas do que
nunca, estava disposto a prosseguir com a busca.
Durante os minutos seguintes tentei arrancar alguma informação de
Musharna, e ele estava disposto a cooperar, mas ele continua sendo um Pokémon,
então a conversa não foi lá muito proveitosa. Uma coisa era certa, Musharna
sabia onde meu pai estava e ele me guiaria até lá.
Estava fervoroso por dentro e gostaria de ir correndo contar a novidade a
minha mãe, que a essa altura devia estar se descabelando de preocupação. Mas
tudo bem, podia fazer uma ligação através de meu Pokélogio assim que
recuperasse o sinal. E se não me engano não estávamos muito longe Da Cidade Accumula.
CAPITULO 2 - FIM
Seu coração arde em chamas pelo reencontro que
renovou a esperança. Qual será o próximo passo do nosso Herói viajante? E Que
tipo de aventuras esperam por ele? Não percam o próximo episodio da crônica:
“Perigo na Floresta”
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