8º Capítulo de PTT


Cap. 8- O policial Vulpix 

Já faziam 3 dias que o trio estava andando pela Viridian Forest. Na noite anterior, as barrinhas de cereais que Lucy havia comprado na cidade acabaram, bem como os sanduíches naturais que Luke havia trazido de casa. Os garotos haviam explorado toda a floresta, mas por terem se perdido diversas vezes, não conseguiram achar o final dela. 

-Aah!- Lucy se jogou no chão, cansada. Eu estou morrendo de fome, não aguento mais! 

-Eu também não!- Luke se sentou ao lado dela- Não tem mais nenhuma barrinha de cereal mesmo Lucy? 

-Nãão... Eu procurei na minha mochila inteira, tudo o que eu tenho são pokébolas e ração para pokémon. 

-Bem, eu estou ok...- Link se sentou ao lado dos dois, com um sorriso no rosto. 

-O que?- os dois olharam surpresos para o garoto. 

-Como assim? A gente só comeu barrinhas de chocolate ontem a noite. Como você consegue estar sem fome? 

-Espera Luke... Pensando bem...- a garota olhou para Link, surpresa- Ontem ele sumiu na hora do jantar! Ele nem mesmo comeu as barrinhas de cereal. Como pode estar tão sem fome? 

-Bem...- o garoto parecia sem graça- Digamos que... Eu sei cozinhar!- ele bateu palmas para si mesmo, corado. 

-O que? O que? O que? O que?! Explica isso, agora!- Luke estava irritadíssimo, vermelho de raiva. 

-Beem... Eu sou alérgico ao cacau presente nas barrinhas de cereal sabor chocolate da Lucy, então como todos os que eu conheço dizem que chocolate é uma coisa incrível, eu deixei vocês com o melhor, fui pra fora e fiz uma sopa! 

-Uma... Uma sopa...- Lucy arregalou os olhos- Eu quero uma sopa!- a garota começou a simular um choro enquanto colocava as mãos na barriga, cheia de fome. 

-Bem... Se vocês quiserem, eu posso fazer uma agora. 

-Isso! Perfeito!- Luke olhou para Link, agora feliz.- Precisa de alguma coisa? 

-Bem, eu vou precisar do Charmander pra acender o fogo. Quanto a vocês, podiam procurar algumas Pecha Berrys na floresta para fazermos um suco. 

-Certo!- Luke e Lucy saíram do descampado no meio da floresta em direção a uma trilha enquanto Link arrancava alguns legumes da bolsa. 

-Bem... Eu acho que vi algumas Pecha Berys por ali...- a garota apontou para uma das bifurcações da trilha.- Mas talvez por ali possam haver mais... O que acha Luke? 

-Acho que estou com fomo e devemos decidir isso rápido. Vá pela trilha da direita, eu vou pela outra. 

-Ok!- a garota saiu correndo pela trilha, e Luke andou até a sua, até achar uma frondosa árvore, cheia de Pecha Berrys. 

-Certo Eevee, eu subirei na árvore para pegar os frutos mais altos. Você pegará as Pecha Berrys que estiverem caídas no chão, mas em bom estado. Certo? 

-Eievui!-o pokémon começou a vasculhar os arredores da planta, enquanto Luke subia, com certa dificuldade na subida. 15 minutos se passaram e Luke já estava com uma pilha de frutas no braço, enquanto Eevee havia feito uma pilha dos frutos também.- Hei Eevee, o que você acha de...- o garoto estava com um fruto maior nas mãos, mas meio arroxeado, quando um som o interrompeu. 

-Vuuul!- o uivo de um Vulpix no meio da floresta fez Luke se assustar e cair da árvore, derrubando todas as frutas que havia recolhido. 

-O que foi isso? 

-Eevee! 

-Certo Eevee, aquele pokémon parece estar em perigo! Vamos! – o garoto abandonou as frutas e começou a correr em direção ao som, se embrenhando no meio de diversas árvores, até chegar em uma clareira. Nessa clareira, havia um Vulpix em um canto, cercado de diversos Arboks. 
 

-Bok!- os pokémon se aproximavam lentamente de Vulpix, com cara de malvados. 

-Vul...- o pokémon tentou soltar uma pequena brasa, mas não conseguiu, por estar muito fraco. 

-Book!- a Arbok do meio começou a investir em direção a Vulpix com um poderoso Bite. 

-Não deixe isso acontecer Eevee, use o Shadow Ball!- o pequeno pokémon marrom soltou a negra esfera em direção a Arbok, acertando-a nas costas. 

-Arbok!- o pokémon se virou, e os outros dois também. Apesar do que foi acertado estar calmo, os outros dois começaram a rastejar com muita raiva em direção a Eevee. 

-Oh-oh... 

-Bok...- a cobra do meio olhou para as duas, repreendendo-as.- Bok, Arbok!- ela se virou e rastejou até outra trilha na floresta, sendo seguida, relutante, pelas outras duas. 

-Estranho isso...- Luke olhou para os três pokémon até eles sumirem pela floresta, mas logo olhou para o pequeno Vulpix, que estava desmaiado fraco no chão. O pokémon assumia um leve tom arroxeado, mas era preocupante.- Um Vulpix... Espera, esse é o mesmo Vulpix que achamos na torre da Dark Forest! 

-Eevee!- o pokémon balançou a cabeça positivamente, confirmando o que Luke havia dito. 
-Rápido, temos que levá-lo à clareira, ele não parece estar bem!- o treinador começou a correr pelo caminho de volta, acompanhado de seu Eevee. Quando chegaram na parte da floresta em que estavam, no entanto, o pokémon rubro já estava nocauteado. 

-Luke, até que enfim. Já faz quase meia hora que você saiu. Mas, o que temos aqui?- Lucy olhou para os braços de Luke, onde Vulpix estava. 

-É o Vulpix que achamos na torre da Equipe Rocket. Ele estava Sendo atacado por um grupo de Arboks, mas eu não sei como ele chegou até aqui. 

-Ele... Parece estar muito machucado. Eu tenho algumas potions aqui, mas não sei se serão suficientes. Temos que achar algum Centro Pokémon ou algo do tipo.- Link passou a mão na cabeça de Vulpix, percebendo que o pokémon estava quente. 

-Um Centro Pokémon no meio da floresta? Não dá, é impossível. O máximo que podemos achar... 

-O que Lucy? Fala logo, o Eevee pode acabar passando mal! 

-Bem, eu andei vendo o mapa e acho que estamos finalmente indo para a direção certa. Não muito à nossa esquerda, no entanto, temos um Centro Policial. Eles provavelmente vão saber o que fazer, mas ficaríamos mais longe de Pewter. 

-Não importa, vamos lá! O garoto começou a correr com sua mochila, deixando os outros para trás. 

-De novo isso... 

-Vá com ele Lucy! Eu tenho alguns potes térmicos aqui, vou colocar a sopa enquanto isso. Vai ficar uma coisa de pedreiro, mas pelo menos vocês não vão ficar com fome. 

-Ok!- a garota começou a correr atrás de Luke, que já estava um pouco a frente. 
Luke estava correndo entre as árvores, mas raramente tropeçava em uma raíz ou batia a cabeça em um galho. Parecia que os sentidos haviam se aguçado com os machucados de Vulpix, e por isso o garoto corria em grande velocidade. 

Não demorou muito e o garoto chegou a uma grande construção no centro de uma clareira. A construção era branca e azul, com um grande "CP" gravado em letras garrafais. Era o Centro Policial. 
O garoto entrou correndo pelas portas de vidro do lugar, chamando a atenção dos policiais que lá estava. 

-O que deseja, garoto?- disse a primeira Policial Jenny que se aproximou de Luke. 

-O... O Vulpix- ele mostrou o pequeno pokémon, nocauteado em seu colo. 

-Ah, veja só o que temos aqui...- A Policial pegou o pokémon raposa do colo do garoto- Fique tranquilo, não somos um Centro Pokemon, mas temos um Médico Pokémon de plantão, ele vai cuidar de seu amiguinho. Sente-se, trago ele para você logo...- a policial saiu, e Luke sentou em uma das poltronas do local. 

Só então ele reparou no lugar. Na frente das poltronas, estava uma grande parede branca com três portas. De ambos os lados, corredores levavam a algum lugar. Era óbvio que os construtores haviam escolhido pelo prático, não pelo belo. 

O treinador mal havia tomado fôlego novamente quando Lucy entrou no estabelecimento, observando todos os cantos e terminando por se sentar ao lado de Luke. 

-Onde está o Vulpix? 

-Uma Enfermeira Jenny levou-o para que seus ferimentos fossem tratados.- ele olhou para a garota, e reparou então que ela estava sozinha- E o Link? 

-Ele estava recolhendo as coisas da sopa. Já deve estar chegando também. 

E ela estava certa, não haviam se passado nem mesmo 5 minutos quando Link chegou junto com Charmander. Luke recolheu o pokémon, e Link deu à dupla dois potes de porcelana, cada uma com uma pequena quantia de sopa. 

-A sopa deve ter esfriado um pouco, mas ainda deve estar boa.- e de fato estava, Luke e Lucy pegaram uma colherada cada, ao mesmo o tempo, e também ao mesmo tempo foi o suspiro dos dois. 

-Link, isso está simplesmente divino!- disse a garota, já pegando outra parte do caldo. 

-É realmente incrível!- disse Luke, mas ele pareceu reconhecer o sabor de algum lugar, apesar de não se preocupar com isso. 

-Receita antiga de família- o garoto deu um pequeno riso e deixou os outros dois terminando de comer a deliciosa refeição. O trio estava terminando de guardar os materiais de alimentação quando a Oficial Jenny chegou, com Vulpix em seu colo. 

-Policial, está tudo bem?- Luke pegou o pokémon no colo, e percebeu que o mesmo estava completamente adormecido. 

-A saúde dele está em normal, mas ele está muito cansado. Provavelmente ainda acordará hoje, mas isso pode demorar um pouco. A Policial Jenny de Viridian nos fez uma ligação assim que informamos que você havia chegado. Talvez queira falar com ela. 

-Certo.- o garoto se levantou, sendo acompanhado pelos amigos. Seguiu Jenny até o corredor da direita, passando por várias portas e entrando em uma que estava aberta, na qual diversos telecomunicadores estavam. Luke se colocou na frente de um que estava ligado, olhando para Jenny.- Olá policial. 

-Luke, e Lucy e Link também. Está tudo bem com vocês? 

-Tudo sim policial. E com a senhora?- Lucy sorriu, sendo retribuída pela oficial. 

-Tudo certo. Bem, então vocês encontraram Vulpix, certo? 

-Certo. O que aconteceu com ele? 

-Bem, um dia depois que vocês partiram, começamos a treinar Vulpix para virar um Pokémon Patrulheiro. No entanto, ele se mostrou resistente aos nossos estímulos e ontem fugiu de nosso centro. Ele estava desaparecido, até que vocês o encontraram. 

-Mas... Ele havia aceitado de bom grado virar um Pokémon Patrulheiro...- Luke olhou para o pokémon em seus braços, não entendendo o que havia acontecido com ele.- O que sugere que façamos? Mandamos ele pelo teleporte para vocês? 

-Eu bem gostaria, mas o teleporte aqui do Centro Policial está quebrado. Eu sugiriria que um dos policiais aí do centro o trouxessem, mas acho que isso é desnecessário. Se não me engano, hoje mesmo temos cursos de patrulheiros aí no Centro. Talvez você pudesse participar com ele, Luke. Quem sabe desse jeito ele fica menos resistente aos treinos? 

-Treinamento? 

-Sim... São alguns exercícios básicos que todo policial e pokémon policiais devem saber. Não é nada muito complicado, os testes escritos, que exigem estudo, só são realizados caso você queira virar um patrulheiro pokémon. Como não é o caso, o treinamento de vocês será como uma espécie de condicionamento físico. 

-Ah... Não tenho certeza... 

-Vamos Luke, vai ser divertido!- Lucy incentivou o amigo. 

-Sim, e nós podemos participar também. 

-Bem, nesse caso...- o garoto olhou para Vulpix em seu colo, e sorriu.- Acho que a resposta só pode ser sim. 

-x- 

Assim que Luke pisou na campina de treinamento, se arrependeu de ter aceitado a proposta. Não era nenhum policial ou patrulheiro que conduzia os treinos, mas sim um grande e musculoso samurai, que usava um fardo negro, preso por uma faixa vermelha, e tinha cabelos castanhos bem curtos, além de um bigode. 

Depois de fazer os treinadores passarem por um árduo alongamento, o homem, que Luke descobriu se chamar Instrutor Jaime, mostrou as diversas áreas de treinamento. Haviam desde testes de equilíbrio a de força, de pontaria a velocidade. Ele falou que os treinadores poderiam escolher a ordem que quisessem, mas que no final dos dois dias de treinamento, todas as áreas deveriam ter sido feitas. 

O instrutor deixou bem claro que qualquer conversinha ou gracejo que ouvisse que não representasse interação entre os treinadores e os pokémon seria penalizada com 50 flexões feitas na frente do resto do grupo, o que fez com que o trio decidisse se separar. O grupo era composto de alguns aspirantes à patrulheiros, tenentes que queriam ser “promovidos” e treinadores comuns, que estavam lá apenas para treinar seus pokémon. 

Lucy havia escolhido Bulbasaur para acompanhá-la, Link havia escolhido Pikachu. Luke obviamente pegou Vulpix, e Eevee estava, apesar de não ter gostado muito da ideia, dentro de sua pokébola, no bolso de Luke. 

Luke olhou em volta. Não havia nenhuma sessão realmente fácil, mas haviam as menos complicadas, e essas atraíam mais gente. As sessões de velocidade, pontaria e força, por exemplo, estavam cheias de treinadores que não haviam pensado muito em sua escolha, o que atrapalhava o treinamento. Entre esses treinadores, inclusive, estava Lucy. Os tenentes e alguns treinadores mais inteligentes, por sua vez, haviam optado por sessões mais difíceis, porém não tão concorridas, como a de defesa e a de concentração. Entre esses, estava Link. 

Mas haviam aquelas sessões que estavam realmente vazias, ou por serem muito complicadas, ou muito cansativas e monótonas. Luke olhou para Vulpix, e, ao perceber que o pokémon estava completamente desanimado, resolveu que tentaria começar com algo bem animador. A sessão de força de ataque estava praticamente vazia, e não parecia ser algo muito monótono. 

-Vamos lá Vulpix! 

-Vul...- o pokémon acompanhou o treinador num ritmo lento. Luke se perguntou como um pokémon feliz como o Vulpix que encontrara na torre da Dark Forest poderia estar, após apenas três dias, tão desanimado. 

A sessão de força de ataque consistia numa tarefa bem simples: haviam três espaços, dos quais 2 estavam ocupados. Em cada um desses espaços, haviam diversas toras penduradas. Havia um espaço para o pokémon ficar, e ele devia destruir ou neutralizar todas as toras com um de seus ataques. Quando o pokémon saía do pequeno tablado em que a atividade estava, o mesmo descia para um andar subterrâneo automaticamente e era substituído por um novo. 

-Bem, acho que antes é melhor eu ver seus ataques, certo Vulpix? 

-Vul... 

Pokédex: Vulpix, o pokémon raposa rubra. Suas belas caudas são o destaque de seu corpo, além de sua beleza extrema. Muitos treinadores o consideram um dos pokémon mais belos. É do tipo fogo, e pré-evolução do Ninetales. 
Ataques: 
-Tackle 
-Tail Whip 
-Ember 

-O Tail Whip e o Tackle não vão fazer muita diferença nesse treinamento, então usaremos o Ember para queimar as tábuas, certo Vulpix? 

-Vul...- o pokémon entrou no tablado desanimado, e as tábuas começaram a ir em sua direção. No começo, o pokémon soltou pequenas brasas, fortes o suficiente apenas para parar as tábuas. No entanto, conforme elas iam vindo com mais força e intensidade, a força do ataque desanimado de Vulpix foi se tornando insuficiente. Tudo corria bem, até que uma das tábuas resistiu ao ataque do pokémon e acertou-o, fazendo-o ser jogado para outra parte do tablado. 

Então, tudo começou a desmoronar. A reação de Vulpix foi muito lenta, e outra das toras o acertou. Isso aconteceu muito rápido, de modo que Luke não conseguiu fazer nada. Quando uma tora acertou com mais força o pokémon, ele voou para fora do tablado, indo parar aos pés de Luke. 

-Vulpix!- o treinador agachou ao lado do pokémon, tirando uma Super Potion que o Centro Policial havia dado a todos os treinadores para a recuperação dos pokémon. Ele a aplicou, e logo o pokémon estava de pé novamente. 

O ajudante que era responsável pela área falou para Vulpix voltar ao tablado e começar novamente. Luke protestou, mas ele falou que só poderia o liberar quando tivesse alcançado o nível mínimo para passar no teste. 

Demorou muito tempo para que Vulpix pudesse ser liberado da seção. O pokémon não estava se empenhando em nada, e por isso cada vez mais o exercício estava se tornando difícil. Por fim, o tenente liberou o pokémon, mas Luke percebeu que ele não havia feito exatamente pelo desempenho da pequena raposa. 

E pelo resto do dia foi assim. Vulpix não dava o máximo de si nas provas, e por isso obtia péssimos resultados. Não conseguiu uma boa marca no teste de velocidade, não resistiu muito tempo aos choques elétricos feitos por um Electabuzz no teste de defesa, tampouco conseguiu acertar o centro dos alvos no teste de pontaria. Prova após prova, os ajudantes passavam Vulpix, mas todos relutantes, mais por pressão do que por habilidades do pokémon.  

O dia passou arrastando-se lentamente, e a dupla foi a última a sair do descampado de treinamento, não por determinação, mas por terem atrasado muito no exercício de força. Luke se dirigiu para o dormitório de duplas, e ficou contente em descobrir que seu parceiro era Link. O local era simples, mas reconfortante. Tinha duas camas, uma cabeceira e camas para os pokémon. 

-Luke, você é meu companheiro de quarto!- o garoto loiro sorriu contente, radiante como sempre. 

-Oi Link, como foi o dia de treinamento?- o garoto sentou, cansado, na cama. 

-Ah, foi ótimo. O Pikachu está muito bem, e o Thundershock dele está realmente ficando poderoso. E... O seu? 

-Bem...- Luke entendia a relutância de Link em tocar naquele assunto com ele. Ele olhou para o pokémon, que desde que chegara ao quarto estava deitado em sua almofada, sonolento.- Digamos que não foi muito bem. 

-É... Eu vi vocês treinando. Sinto muito, o Vulpix parece realmente mal... 

-Sim, não sei o que aconteceu, mas ele não está muito bem. 

-Bem, eu vou ir jantar. Estaremos no salão principal, você vai junto? 

-Eu vou arrumar minhas coisas primeiro. Pode ir, em breve estarei lá também. 

-Ok- o garoto saiu do quarto, deixando Luke sozinho, mas não por muito tempo. O garoto ouviu batidas na porta, e se assustou quando o Instrutor Jaime botou sua cabeça dentro do quarto. 

-Ahn... Pois não? 

-Luke, será que poderia vir aqui fora, por um segundo? 

-Err... Ok- o garoto saiu do quarto, e encontrou o instrutor, que estava com a mesma roupa do dia, porém com uma faixa azul.- O que deseja, instrutor? 

-Bem Luke... É difícil dizer isso, mas creio que não há outra escapatória. Eu vi seu desempenho durante o dia de hoje, e sinto dizer: foi algo realmente decepcionante. Ouvi da Policial Jenny de Viridian sobre suas habilidades com Eevee e Charmander e fiquei me perguntando: por que você escolheu Vulpix? Parece ser o seu pokémon mais fraco, e se continuar assim, você simplesmente não conseguirá passar no teste. Como acredito que você seja um treinador com potencial, vou te dar a chance de mudar sua escolha. 

Luke demorou um pouco para digerir o que o Instrutor havia dito, mas quando conseguiu, sua reação foi imediata:  

-Espera... Você está sugerindo que eu abandone Vulpix? 

-Não veja isso como abandono, pense que você está fazendo o melhor, para você e para ele. Você vai ter outras oportunidades de treiná-lo e deixá-lo mais forte, mas ele não está te ajudando agora, e se continuar assim, sinto muito, mas não terei outra escolha a não ser reprová-lo. Nosso treinamento consiste em apenas dois dias, e nunca vi um começo tão ruim. Não creio que seja possível você repor tudo isso amanhã. 

-Instrutor, sinto muito, mas não vou aceitar sua proposta.- ele olhou nos olhos de Jaime, que pareceu surpreso- Vulpix não é meu pokémon, ele é um amigo. E um amigo não se abandona, independente da condição dele. Comecei isso com Vulpix, e terminarei com ele. Perdão, mas isso não tem discussão. 

-Mas... 

-Sem discussão, instrutor. Passar bem.- o garoto entrou no quarto, e se espantou ao ver que a janela estava aberta, e que uma brisa forte entrava por ela. Não havia nenhum pokémon na almofada de Vulpix, mas havia uma sombra correndo rapidamente pelo descampado. 

-Ah não- Luke se dirigiu à janela, concluindo que Vulpix havia ouvido a conversa. O garoto pulou a janela, e começou a correr atrás do pokémon, que havia entrado na floresta. Ele o seguiu, desviando habilidosamente dos galhos e das raízes, além das próprias plantas. Ele seguiu Vulpix até uma clareira, onde o pokémon estava de costas, olhando para a frente, mas sem se mexer. 

-Vulpix...- Luke foi tocar o pokémon, mas esse se virou antes, com os olhos marejados, e então Luke entendeu tudo. Vulpix nunca havia querido entrar para a Polícia Pokémon, mas quando percebeu que Luke não pretendia capturá-lo em Viridian, se sentiu rejeitado, e por isso aceitou a proposta de Jenny. No entanto, a vida de policial não era para ele, e por isso fugiu. Vulpix não tivera muita escolha, e agora se sentia sozinho novamente.- Vulpix... Desculpe- o treinador agachou e abraçou o pokémon.- Agora as coisas vão mudar, sim, elas vão mudar... 

-x- 

Outro dia, outras promessas. Depois do acontecido da clareira, Luke havia conversado por Vulpix e haviam decidido que se empenhariam ao máximo para passar no teste do Centro Policial, e depois decidiriam o que iriam fazer. E assim foi. Depois do café-da-manhã, os treinadores se dirigiram ao campo de treinamento Luke olhou para os campos que faltavam. Ele não havia feito o teste de evasão, o de agilidade, o de concentração e o de resistência. Luke olhou para Vulpix, e ambos optaram pelo primeiro. 

O teste de evasão não era muito complicado, mas também não era fácil. Parecia muito com o teste de força de ataque, várias toras pendentes “atacavam” o pokémon, só que dessa vez ele não deveria atacá-las, mas sim desviar delas. No começo, Vulpix ficou um pouco hesitante, de modo que algumas toras o acertaram de raspão, mas pouco a pouco, com o incentivo do treinador, ele foi tomando mais liberdade de movimentos e, saltando e correndo, o pokémon desviou de todas as toras, de modo que, em pouco tempo, o responsável pela área os liberou do exercício, dizendo que Vulpix “poderia ficar ali a tarde inteira, sem ser acertado por nenhuma daquelas toras ridículas”. 

O segundo teste que decidiram fazer foi o de concentração. Nesse, o pokémon ficava ao lado do treinador enquanto diversas situações adversas aconteciam: eles eram acertados por ondas, uma ventania forte, folhas voavam em sua direção e até mesmo do poderoso Blizzard de um Seel. 

Depois de se secarem, a dupla se dirigiu ao terceiro teste: o de agilidade. Nele, diversas objetos se espalhavam por uma trilha. Alguns eram estáticos, e outros se moviam. Vulpix não encontrou muitas dificuldades em passar por eles. A parte mais difícil era uma espécie de esteira rolante que girava na direção contrária à que o pokémon estava indo, diminuindo a velocidade e atrapalhando, mas mesmo assim Vulpix passou por lá sem incidentes. 

O último teste era provavelmente o que exigiu mais do pokémon. O teste de concentração consistia em uma adaptação do teste de resistência, na qual Vulpix tinha que atacar, no caso com Ember, uma grande tora de metal, enquanto as situações adversas o atingiam. O pokémon não podia cessar o ataque, nem desviar. Vulpix sofreu um pouco, mas uma vez que pegou o ritmo, conseguiu completar a prova sem problemas.  

Assim que a dupla terminou o último teste, um sinal soou, mostrando que o tempo para testes havia acabado. Os garotos foram para o centro da campina, onde o Instrutor Jaime estava, com uma lista na mão. 

-Bem pessoal, tenho aqui uma lista das pessoas que não conseguiram passar no teste. Elas terão mais uma chance, e se conseguirem, estarão aprovadas. Os que não forem chamados podem pegar seu certificado de semi-patrulheiro com a Jenny da recepção e, se quiserem, se inscreverem para virar patrulheiros. Vamos começar.- Jaime começou a falar diversos nomes.- Por fim, Kendall e... Luke.-Luke olhou para o instrutor, decepcionado- Seu desempenho hoje foi incrível, mas não compensou ontem. Bem, para os que passaram, vão à secretaria, os outros me acompanhem. 

O instrutor levou os treinadores à uma sala separada do Centro Policial, era um grande paralelepípedo feito de metal. Dentro dessa sala, estavam todos os testes pelos quais os treinadores haviam passado. 

-Aqui temos todos os testes, essa é a última chance. Vocês devem refazer o primeiro teste que fizeram ontem, e se conseguirem, poderão conseguir seu certificado e se matricular na escola de patrulheiros. Se não conseguirem, no entanto, sinto em dizer que serão reprovados. Os testes sucederão na ordem em que vocês foram chamados. 

O primeiro teste... Ah não, isso significava o teste das toras. Vulpix havia se saído mal em todas as provas do dia anterior, mas nessa especificamente ele havia sido péssimo. Luke viu cada um dos treinadores, pouco a pouco, serem aprovados ou reprovados, e cada vez mais sua apreensão aumentava. Quando chegou sua vez, ele se limitou a olhar para seu pokémon, que estava sorrindo, confiante, e decidiu acreditar nele. 

-Vamos lá!- Luke estava sozinho com Vulpix e Jaime na sala, pois todos os outros já haviam se retirado. As toras começaram a vir em direção ao pokémon, que soltou fortes Embers, as queimando completamente. Tudo estava indo bem, até que uma tora, vinda por trás de Vulpi, o acertou, fazendo-o cair.- Vulpix!- o pokémon foi acertada por mais uma, e ficou imóvel no chão. Então Luke foi correndo até ele, e começou a sacudí-lo- Vul...- o garoto então olhou para a frente, e um grande tora estava vindo na direção dos dois- Aaaaahhh!!! 

De repente, Vulpix acordou assustado, e olhou para a frente em direção da tora, soltando um grande Ember que consumiu o pedaço de madeira por inteiro. Por um segundo, só ouviu-se o silêncio, e então palmas apareceram. Luke olhou para os lados, até encontrar o Instrutor Jaime, com um semblante espantado. 

-Acho que... Isso nunca aconteceu antes.- o treinador parou de bater palmas, e olhou para Luke- Vocês estão... Aprovados. 

-x- 

Os três treinadores estavam na frente do Centro Policial, e a Oficial jenny estava com eles. 

-Então... Você decidiu capturar o Vulpix ao invés de treiná-lo como policial? 

-Sim, acho que foi o melhor a se fazer. 

-E por que tomou essa decisão, se posso perguntar. 

-Porque Vulpix não é só um pokémon...- ele olhou para a pokébola em sua mão- Ele é meu amigo. 

Continue...

~x~
Então pessoal, chegamos a mais um capítulo da nossa querida PTT. Perdão por postar na quinta, mas rolaram diversos imprevistos que me obrigaram. Não tenho muito a falar, e serei realmente breve, pois, pra variar, estou sem tempo. Não tenho muito o que falar, também. Só o Vulpix, que é meu pokémon de fogo favorito (junto com Chimchar, Ponyta Shiny e Fennekin), e já era esperado, pelo menos eu acho. E sim, o Link cozinha bem. Ah, tenho mais algo: terei de mudar de novo o dia de postagem: de 15 em 15 dias, nas sextas-feiras. Obrigado por ler!

2 comentários:

  1. mt bom! desculpa ter lido tao tarde, mas n pude vir ao computador! Continua assim, e tenho uma coisa a perguntar-lhe, mas isso fica para o xat!

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  2. Muito bom ótimo capitulo

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