Pokémon: A New Song - Capítulo 02

  #John

Tudo estava confuso. Há um minuto estava rindo, sorrindo, brincando, estava feliz... Mas como por pura mágica ou uma afronta do destino, tudo se desmanchou em trevas, o sorriso em meus lábios foi substituído por uma expressão de desfalecido, minha amiga desde a infância, Aurora, estava ao meu lado se debulhando em lágrimas, por um momento pensei que tudo não passava de um pesadelo, mas ao sentir o cair das lágrimas salgadas de Aurora, em meu rosto, confirmei o que mais temia aquilo era real, tão real quanto às lágrimas de desespero que saiam dos olhos castanhos de minha amiga, tentei acalma-la, mas por ironia nenhuma palavra se quer saiu de minha boca, neste momento minha energia estava no fim, tentei manter-me consciente, porém todos meus esforços foram em vão, cheguei ao ponto onde mais temia, estava desmaiado.

Pensei que não havia volta, mas parei para refletir, se estava pensando, então estava consciente e se estava consciente consequentemente estava vivo, porém esta lógica devia ser dita para meus olhos, pois somente enxergava... Bem, para ser mais exato não enxergava nada, tudo que podia perceber com meus sentidos restantes, era que não estava no chão, isto mesmo, no começo para mim também pareceu loucura, como não posso estar no chão? Estarei eu voando? É, sei o que devem estar pensando, uma pessoa voar sem estar dentro da gigantesca maquina chamado avião isto é surreal, ou em outras palavras, mais um “conto de pescador”, mas garanto, mesmo que não possa provar, eu não estava no chão! Preso naquele lugar, sem noção do tempo, só podia pensar, refletir sobre o porquê de eu estar ali, neste momento, ao longe, vi surgi do nada um feixe de luz, não sabia de onde vinha este feixe, porém algo me dizia que devia seguir até aquela luz e foi o que fiz, vocês devem acreditar que o que fiz foi uma loucura total – Ora, seguir em direção da luz é ir em direção à morte – deve ser o pensamento que passou por suas mentes, porém o que vocês chamam de loucura ou imprudência, eu chamo de coragem.

Ao me aproximar mais deste mistério luminoso, vi algo surreal: Imagens! Isso mesmo, imagens, elas ficavam passando na minha frente, rodando como um filme, como se atrás de mim um projetor ficasse revelando aquelas inusitadas cenas, fiquei parado, não pude entender aquilo que meus olhos assistiam, eu já havia visto aquelas cenas antes, pareciam com a minha vida em TwinLeaf Town; De certo, aquelas eram cenas de minha infância em TwinLeaf Town! Não pude crer então isto significa que estou... Estou Morto! Fechei meus olhos com tanta força, que involuntariamente um lagrima escorreu, a mesma deslizava vagarosamente sobre o meu rosto até que enfim caiu ao chão, um som característico a um pingo caindo em uma poça soou por todo o lugar; Voltei minha visão para o local onde as imagens eram advindas e... Não podia crer, meu pior pesadelo que vivi, passou diante de meus olhos, um arrepio sombrio assolou o meu corpo, de olhos arregalados, lábios pálidos e boca semiaberta, observei o pecado que o destino me acarretou! A cena seguinte, foi o momento de minha vida na qual mais duvidei de ter realizado: o momento em que de olhos marejados, soluçando como uma criança de 12 anos estivesse presa em um mundo de desilusões e fracassos: Eu contava o meu segredo sombrio, aquele no qual mais temia que outros descobrissem, para Alison...

Fui momentaneamente ofuscado por uma forte luminosidade; ao abrir meus olhos novamente vi uma silhueta feminina de costas, trajando nada mais que finos panos de cores alternando entre azul, amarelo e rosa - Um kimono! - logo identifiquei ao prestar mais atentamente a vestimenta da mulher. Fiquei sem dizer nada, apenas esperei ela notar minha presença, sei que o que fiz não faz sentido algum – No meu lugar iria conversar com aquela Mulher ou no mínimo iria chamar sua atenção – Devem estar pensando, mas se eu estivesse apenas vendo a cena de fora, também iria me arriscar em dizer isto, porém é muito diferente quando você vive o fato, disto podem ter certeza. A moça aparentou, enfim, notar minha presença, fiquei assustado com a possibilidade dela se virar e revelar algo que não me agrada-se ( Traduzindo: Que a Mulher fosse Horrorosa!!! ), mas o que temia aconteceu, não a parte dela ser feia, mas por ela ter virado e me encarado; Fiquei sem ação, eu a olhava desde os pés descalços até os cabelos azuis presos por uma longa fita branca, ela fixou o olhar em mim, como se consegui-se ver minha alma, bem pelo menos foi isto que senti, pensei em tomar uma atitude, tomar a dianteira em um longo dialogo, porém para meu azar, ou sorte, ela se pronunciou primeiro...

- Noto que estás com medo, meu Jovem! Não precisas temer, não o farei mal algum.

Explicou com um sorriso enigmático nos lábios de cor rosa.

- E-Eu? Não estou com m-medo!

Gaguejei ao tentar me explicar.

- Vejo que tens corajem, mas ainda és imprudente e além de tudo um contador de mentiras!

Observou com um sorriso sapeca nos lábios.

- Hã? Não tô entendendo nada! Assim você estas me... Quero dizer, assim você me deixa confuso!

Disse com as bochechas rosadas, muito constrangido.

- He!he! Continuas o bobo de sempre!

Alegou dando risadas e pondo a mão na frente da boca.

- Como assim?

Questionei confuso.

- Nada... Esqueças o que acabaras de ouvir, apenas falei mais do que tinha permissão em falar.

 Explicou voltando a sua expressão de seriedade.

- Continuo confuso, mas não quero saber disto, por enquanto, só me diga onde estou? Como vim parar aqui? E porque estou neste lugar todo estranho?

Questionei, com desespero na fala, olhando ao meu redor.

- Simples você se encontra no mundo dos bons sonhos e ilusões, você não está longe de sua terra, apenas esta em seu subconsciente induzido por mim e estas aqui por que necessito lhe alertar!

Explicou a mulher, apresentando o lugar onde ambos estávamos.

- Você quer falar comigo? E precisava me fazer passar por esta terrível experiência de quase morte, pra você falar comigo? Você já ouviu falar em telefone celular?!

Perguntei, com a voz alterada e com as sobrancelhas franzidas de frustração.

- Eu lhe peço que não volte a me interromper, não possui muito mais tempo, somente vim lhe contatar para lhe dizer algo...

Disse a mulher, com sua expressão de seriedade de antes.

- O quê?

Questionei, sem compreender nada, pensando no que mais ela poderia falar.

- Tenha cuidado, preste atenção para aqueles que entram em seu caminho, sua jornada por este mundo pode parecer não ter tanta importância, porém sua vida e de outra pessoa estão entrelaçadas por fortes laços e ambos caminham em um só caminho e ao mesmo tempo em direções distintas, estas palavras podem não fazer sentido agora para você, meu jovem, porém no futuro não tão longe você irá finalmente compreender e quando chegar esta hora uma decisão deverá ser tomada...

- O quê? Como assim?

Questionei altamente confuso, segurando forte com suas mãos a cabeça.

- Nada posso revelar a mais, só posso lhe desejar boa sorte e um adeus, por enquanto...

Disse com um sorriso amigável, recostando a cabeça nos próprios ombros e com os olhos fechados.

- Espere, ao menos, me diga qual seu nome?

Perguntei, apresentando um semblante cansado e com extremo sono.

- Meu nome é C...

Antes que pudesse terminar de ouvir seu nome, meus olhos se fecharam contra minha vontade e voltei a perder a consciência, naquele momento já estava me acostumando com aquilo, depois disto apenas me recordo sentir meu corpo deitado sobre algo sólido, algo que me trazia desconforto, abri meus olhos e percebi que tinha voltado para dentro do Laboratório do Professor Rowan, com um pouco de dificuldade sentei-me apoiando com meu braço sobre a grande mesa de metal onde estava, ergui minha cabeça e em busca de algo que me trouxesse um pouco de alívio, quando notei que Aurora estava sentada, de cabeça baixa com os braços apoiando-a sobre os joelhos arqueados.

Levantei-me sem lhe chamar a atenção, aproximei-me e sentei ao seu lado naquelas cadeiras azuis duras, parecidas de hospital, ao sentir minha presença virou sua face em minha direção com lagrimas escorrendo sobre sua pele macia e quente, um sorriso se desembrulhou de deu rosto, ela avançou em minha direção e com força me abraçou, senti estranhamente que meu rosto começou a ficar vermelho e quente sem motivo aparente – Você está bem? O que aconteceu? – Perguntou minha amiga, ao recuar e enxugar a ultima lagrima que escorria. - Agora estou bem, mas não sei lhe explicar o que aconteceu, não consigo me lembrar muito bem, apenas aparece um borrão rosa em minha mente. – Respondi a pergunta que me foi feita, nesse momento Professor Rowan abre a porta e se aproxima – Está melhor, meu rapaz? – Pergunta Rowan ao deparar que eu estava acordado e sentado ao lado de Aurora. – Não precisa se preocupar, estou melhor sim senhor! – respondi, não querendo entrar em detalhes – Bom, acho que já chega de susto por hoje! – Graceja Aurora, abrindo uma grande risada. – Concordo com você minha jovem, está na hora de sacudir a poeira e seguir em frente com suas jornadas! Tenho certeza que o motivo por John ter desmaiado foi por conta da grande emoção. – Explica o Professor sorridente. – Certo! – Concordei com ambos, com um sorriso nos lábios.

- Se seguirem este caminho logo chegaram a Route 202, onde poderão treinar seus mais recentes Pokémons e quem sabe até capturar alguns novos!

Explica Rowan, apontando para a estrada vizinha ao laboratório.

- Certo, e obrigado por tudo.

Agradeci atenciosamente à ajuda que o Professor nos forneceu.

- Obrigada também! Vamos John, temos um longo caminho a percorrer!

Diz Aurora, caminhando em minha frente, acenando para segui-la.

- Tomem cuidado! E estou ansioso para ver quais Pokémons iram me mandar!

Grita para nós Rowan, acenando em despedida.

***

Finalmente a jornada desta dupla está começando, com percalços no caminho, porém mesmo assim um começo digno para esta dupla que no futuro próximo estarão enrascados, mas não nos cabe agora saber sobre o futuro escuro que rodeiam estes jovens; o que nos resta a fazer agora é esperar, que o tempo nos revele o que precisamos saber.