Encontros e Desencontros
- Se querem perguntar
sobre a batalha, não tenho nada a dizer, vamos Flay. – disse virando-se.
- Não, não
vamos perguntar da sua batalha, mas devo dizer que você foi esplêndido. –
elogiou o homem – Gostaríamos de fazer outro tipo de pergunta.
- Só não me
façam perder meu tempo. – retrucou.
- Pode
acreditar, não vai.
- ... Estou
ouvindo.
- Você nunca
quis ser mais forte, por sua força em prática e ter pessoas aos seus pés?
- E por que
eu iria querer isso?
- Ah, talvez
para mostrar a todos sua superioridade – dizia agora a mulher – ou, vingar seus
pais?
Ao ouvir
aquilo, Richard congelou. Não ouvia alguém falar de seus pais diretamente há
muito tempo, ainda mais dessa forma.
- Como assim
“vingar”?
- Vai me
dizer que tudo foi um acidente? – continuava a mulher – Não me faça rir!
Na mente
dele, memórias daquela trágica noite vinham à tona, todos achavam que tinha
sido um acidente pois ele nunca falou a ninguém o que realmente aconteceu. Flay
olhava desconfiado para o casal, mas o garoto ficava cada vez mais curioso e
interessado na conversa.
-
Conseguiram chamar minha atenção; então, o que querem de mim?
- Queremos
lhe fazer uma proposta, – dizia o homem – a de entrar para nossa equipe.
- Estávamos
te observando há um tempo – falava a mulher – e você é exatamente quem nós
procurávamos.
- E em que
tipo de equipe vocês fazem parte?
- Somos de
uma elite, só os melhores podem entrar. Nós somos da divisão 5, onde fazemos
pequenas missões e procuramos novos membros. – explicava o homem.
- Mas você,
meu jovem – complementava a mulher – já entraria na divisão 3, ou 2!
- Porém, se
você entrar, não poderá mais sair. – avisou o homem.
A conversa
soava estranha ao garoto, mas não conseguia tirar sua atenção dela. Ele poderia
achar errado ou perigoso, mas a sensação de poder e, principalmente vingança,
lhe eram atrativas.
- E o que eu
tenho de fazer se quiser entrar? – insinuava.
O casal se
entreolha e sorri:
- É só fazer
um favorzinho para nós...
- Qual?
- Venha
conosco. – chamou o homem.
Os três
foram andando floresta adentro, subindo um morro, quando se depararam com uma
casa no meio da mata. Ela era simples, porém grande; por fora parecia um
laboratório, mas havia uma placa na frente da casa: Rand’s House – Pokémon
Ranger. Mesmo Richard tendo vivido quase sua vida toda em Renbow Island, não a
conhecia completamente. O casal começou a explicar quem era Rand e que ele e
sua família moravam ali, fazendo estudos sobre o passado de Oblivia. Ele ouvia
cada palavra atentamente, mas teve sua atenção dispersa quando viu um vulto
entre árvores próximas, grande demais para ser um Pokémon da região.
- O que ouve
garoto? – perguntou a mulher.
- Na-nada,
foi só um vulto, provavelmente de um Pokémon selvagem. – mentia, pois não
queria que percebessem aquela presença – Por favor, repitam a última parte.
- Nos
queremos que você entre naquela casa e pegue duas pokéball’s nossas, que
provavelmente estão no laboratório e um livro muito importante, grande e velho,
que está na biblioteca.
- Para que
um livro velho?
- Por
enquanto não é do seu interesse. – disse o homem arrogantemente, despertando a
ira do garoto – E então, vai ou não vai?
- Primeiro
me falem seus nomes.
- Er, nossos
nomes? – disse entreolhando-se – Acho que não tem problema. Eu sou Lucas, codinome
5-41, e ela é Amanda, codinome 5-42.
- Mas por
que EU tenho que roubar para vocês?
- Você não
vai roubar, só pegar de volta. E, além do mais, você é mais jovem do que nós,
irá ser moleza. – disse Lucas.
- Vamos nos
esconder ali, atrás daquelas árvores – apontou Amanda – só esperando por você.
Richard não
gostava muito da ideia, mas não iria desistir agora, pois nunca desistia de um
desafio, por mais banal ou perigoso que fosse. Ele analisou a casa por fora e
viu uma janela aberta no 2º andar, perto de uma árvore. Subiu sem dificuldades e
entrou em um pequeno escritório, parecido com o que seu pai tinha, o fazendo
lembrar-se de seu passado, mas afastou os pensamentos olhando pela porta e
observando o local onde estava: mesmo parecendo um laboratório por fora, o 2º
andar era uma enorme biblioteca, com livros, revistas, maquetes e artefatos
antigos. Descendo as escadas viu a porta de um laboratório aberta e ninguém a
vista, entrado e achando as pokéball’s mencionadas. Subiu novamente e começou a
procurar pelo livro, quando ouviu passos, se escondendo rapidamente embaixo de
uma mesa. Olhou cuidadosamente por baixo e viu uma garota, aparentava ser mais
nova que ele, vestia short e sapatos marrons, camiseta rosa com detalhes
amarelos e um jaleco comprido branco, seu cabelo era azul e tinha um óculos
grande de hastes vermelhas, além de um curativo no rosto; parecia uma mini
cientista. Ela pegou alguns livros e papéis e desceu rápido, para o alívio do
garoto.
Ele saiu do
esconderijo e voltou a procurar quando viu um que se encaixava nas descrições:
o livro era grande, de capa verde e dura com escritas em dourado dizendo
“Lendas de Oblivia: a verdade por trás do mito”. Olhou para ver se tinha algum
sistema de segurança: não tinha, e então puxou o livro, mas outros que estavam ao
lado caíram, fazendo barulho e, para piorar, a garota estava subindo as escadas
novamente.
-
Papaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai!!! – berrava ela.
Daí começou
a correria! A garota desceu correndo e chorando enquanto Richard quase voou
pela janela, jogando as pokéball’s para o casal, que se aproximava.
- O que
houve? – perguntavam.
- Uma
garota... me viu! – dizia esbaforido.
- Isso não é
bom... Vamos antes que ele chegue. – se apressava Lucas.
- Ele quem?
Antes de
conseguir responder, uma sombra passou por cima deles e um enorme Pokémon
pássaro de metal já podia ser visto, fazendo cada um deles se esconder dentre
as árvores. A casa estava num alvoroço enorme e Richard não tinha conseguido ir
muito longe, ficando demasiadamente exposto. Estava se preparando para sair
correndo quando viu uma sombra, ficando imóvel. Esgueirou-se e conseguiu ver
que era um homem grande, forte, moreno de cabelos escuros, com um uniforme:
camiseta e bermuda pretas, colete vermelho, todos com detalhes brancos e
amarelos, tinha um aparelho em seu braço e uma identificação no colete: Rand.
- Droga,
então ELE é o Rand... – pensava Richard
O Pokémon
pássaro Skarmory observava tudo com atenção, à procura de alguém. Quando ele estava
quase vendo o garoto, um vulto o puxou, tampando sua boca.
- Vem,
corre! – disse o vulto.
Por causa
das árvores, a luminosidade era baixa, não sendo possível distinguir as coisas,
mas essa pessoa tinha a mesma altura que ele, talvez tivessem a mesma idade.
Ele foi jogado para trás de uma árvore, ficando ele e o vulto escondidos.
- Mas o que
é que... – não conseguiu terminar pois teve sua boca tampada novamente.
- Cala a
boca! – sussurrava o vulto.
“Mas que ousadia!” pensava, mas como brilho sol, pode
ver quem o segurava: uma garota, e muito bela por sinal. Tinha um belo corpo,
delineado por suas roupas: um short jeans, uma regata azul, tênis escuros
surrados e uma blusa clara; carregava uma bolsa transversalmente ao seu corpo e
tinha um colar muito estranho, parecendo uma mini pokéball, seus cabelos cor de
mel eram compridos e lisos, curvando-se nas pontas e seus olhos eram de cores
nunca vistas pelo garoto: quase brancos, como a lua cheia, bela e delicada no
céu negro. Richard a observava com muita atenção, imóvel, parecia que já tinha
visto aquela garota:
- “Eu te conheço de algum lugar, mas onde?”
– pensava.
- Vamos, mas
em silêncio! – sussurrava ela.
- Não vou a
lugar nenhum! – falou num tom alto.
Em seguida
passos foram ouvidos, deixando a garota assustada.
- Não diga a
ninguém que me viu. – falou ela e correu para o meio da mata, escondendo-se.
- Ei
Richard! – dizia Lucas – Você está ai? Pegou o livro?
- O livro...
– disse escondendo o grande livro; ele não sabia por que ele era tão
importante, mas iria descobrir, a qualquer custo – Er, não deu tempo, a garota
me viu primeiro.
- Droga! O
livro era mais importante! – bravejava acompanhado de um Buizel.
De repente,
a garota que a poucos o ajudou foi jogado do meio dos arbustos para perto dos
dois.
- Olha só o
que eu achei. – ironizava Amanda, saindo de trás de arbustos, acompanhada de um
Pokémon dinossauro pequeno, bípede, com o corpo cinza e azul e um capacete,
também azul – Bom trabalho Cranidos.
- Você! – se
surpreendia Lucas – Finalmente te achamos! Nada como pegar dois Buneary’s numa
cajadada só!
- Como
assim? – perguntava confuso, disfarçando ao olhar para a garota e lembrando-se
do que ela dissera há pouco.
- Estávamos
em duas missões – explicava Amanda – e parece que as terminamos antes do
previsto.
- Por que
vocês não largam do meu pé? – dizia a garota com raiva.
- Porque nós
recebemos ordens... e se eu fosse você ficaria bem quietinha. – ordenava
Amanda.
A conversa
estava ficando tensa, as garotas se encaravam, Lucas só observava e Richard ia
ficando cada vez mais confuso, procurando um jeito de escapar, porém todos ali
se esqueceram de quem realmente estavam fugindo. Num rápido movimento, Skarmory
cortou toda a vegetação ao redor, abrindo caminho para Rand.
- Parados
ai! – disse o Ranger, apontando-lhes o pulso com o aparelho.
- Sujou...
Vamos! – gritou Lucas, mas atrás deles havia um enorme Drapion, pronto para
agarrá-los.
Com toda a
confusão, Richard havia conseguido fugir, perdendo a garota de vista. “O que será que eles queriam com o livro, e
quem é esse Rand?” pensava enquanto corria. Com o cansaço e o stress,
decidiu ir para casa, para onde deveria ter ido desde o começo. Chegou e correu
rápido para o 3º andar, onde morava, se trancando em seu apartamento. Tirou uma
pokéball do bolso e soltou se único e fiel amigo Flay, o qual recolhera antes
de ir à casa de Rand, e foi tomar um banho. Quando saiu, enrolado em uma
toalha, teve um enorme susto:
- Você
precisa reforçar a segurança... – disse com um sorriso amigável.
Ele quase
teve um ataque quando se virou: a garota que o ajudou na casa de Rand agora
estava sentada no meio de sua cama. Com o susto que levou, ele ficou pasmo, sem
reação, disparando a fazer perguntas logo em seguida:
- Como subiu
aqui? Como entrou aqui? Como passou pela minha segurança? Pera ai, quem é
você?! Como...
- Calma,
calma, uma de cada vez! – dizia a garota rindo – Em primeiro lugar, meu nome é
Ellie; em segundo, ninguém mandou você deixar a janela aberta, ainda mais com
essa arvora de frente. Em terceiro, se essa sua “segurança” se refere a este
fofinho aqui – disse apontando para um Quilava em seu colo – ele é muito bom,
quase não me deixou entrar! Seus Pokémon são uma gracinha! – completou
apertando o Pokémon azul e amarelo, que dormia em seu colo com os carinhos que
recebia – Além do mais, seu Flareon me deixou entrar.
- Flay! –
retrucou Richard olhando para seu Pokémon, que retribuía o olhar como que
dizendo: “Isso não é problema meu, não
tenho nada a ver com isso”.
Sua ficha
caiu, lembrando-se que estava só de toalha na frente de uma garota, deixando-o
extremamente corado e envergonhado. Quando o assunto era garotas, ele não tinha
o menor jeito.
- Por que
não vai se trocar? – disse rindo timidamente ao entender sua reação, virando-se
de costas – Prometo não olhar.
- Ah, até
parece! Vou me trocar o banheiro... e nem pense em sair daí! – bravejou pegando
peças de roupa no armário e se trancando no banheiro.
Poucos
minutos depois, sai bufando do banheiro, pensando no mico que acabara de pagar,
e viu somente Quilava em sua cama, que ainda dormia pesado. Foi para a sala e
viu a garota observando o pôr-do-sol pela janela, ao lado de Flay e de um
engraçado Pokémon parecido com um ovo, mas com pequenas patas e asas, um
pescoço alongado e triângulos coloridos pelo corpo.
- Me
desculpe se eu te assustei invadindo sua casa... – disse chamando ainda mais a
atenção do garoto – É que eu não tinha onde me esconder.
- Não tem
problema, eu acho, só não faça isso de novo.
Ela riu, mas
voltou a ficar séria.
- Ellie não
é?
- Isso. – e
virou-se para ver o que ele queria.
- É ... esse
Togetic, é seu? – disfarçou.
- Ele é, o
crio desde que ainda era um ovo, assim como você com seu Flareon. – disse
acariciando os Pokémon, que aceitaram de bom grado.
- Mas como
você...
- Sei de
muitas coisas, só isso.
- Por isso
aqueles caras estavam atrás de você? – perguntou sentando-se no sofá.
- Vamos
dizer que lhes causei alguns prejuízos. E eles vão voltar...
- Como
assim?
- Eles são
Pinchers, carinhas que, digamos, não têm boas intenções.
- Grande
coisa, por que eles viriam atrás de mim?
- Talvez
porque você gora sabe demais, e não devolveu o livro que eles pediram. Se você
queria chamar a atenção deles, acaba de se tornar seu alvo principal. Temos que
arrumar suas coisas e cair fora.
- Não vou
com você para lugar nenhum. – disse num tom alto, mostrando superioridade.
- Calma, não
precisa ser tão rude! – retrucou brava – Um pouco de delicadeza de vez em
quando não mata ninguém!
Richard
ficou surpreso com a reação de Ellie; fazia muito tempo que ninguém falava com
ele daquele jeito. Na verdade, ninguém lhe dirigia a palavra.
- Olha, já
está escurecendo, então que tal dormimos e amanhã eu decido o que faço? –
propôs.
- E-eu,
posso dormir... aqui? – falou pausadamente; seus olhos pareciam brilhar com a
proposta.
- Vamos
fazer assim: você fica no meu quarto e eu na sala. – disse, deixando-a sem
jeito.
- Olha só,
quem diria? O senhor arrogante sendo gentil... – disfarçou ironizando, indo
para o outro cômodo sendo seguida por seu Togetic, que ria dele.
Richard,
meio confuso, olha para Flay e vê que ele parecia rir de sua situação:
- O que foi,
o que queria que eu fizesse?
Um homem
entra correndo por uma enorme porta numa grande e escura sala, sendo possível
ver somente a silhueta de três pessoas, uma delas estando sentada.
- Senhor,
trago notícias da missão!
- Fale
então! – respondeu o que estava sentado.
- Os agentes
5-41 e 5-42 conseguiram achar e contatar o alvo, mas foram presos por Rand.
- Pelo menos
eles serviram para alguma coisa... – disse severamente.
- Só que
ainda tem mais, senhor.
- Mas o quê?
- O livro
pedido ainda não foi encontrado e... – hesitava receoso – há rumores de que ela
o encontrou também, ajudando-o a fugir.
- O que você
disse?! – gritou batendo na mesa, levantando-se – Aqueles vermes, não
conseguiram nem faze isso direito! Vá e avise ao batalhão, mudança de planos!
- S-sim
senhor... – e saiu correndo.
- Vocês dois
– disse virando-se para trás, onde havia as outras duas silhuetas – agora o
caso está em suas mãos, e não me decepcionem! Já tive dor de cabeça demais por
um dia.
- Pode
deixar... senhor! – disse um deles, e saíram da sala.
- Chega de
enrolação, hora de nossa triunfal volta... – falou sozinho, no escuro.
Booooa! muito legal esse capitulo! :n
ResponderExcluirMuito boa a fic, é uma das melhores aqui da thunders :n
ResponderExcluirmuito boa a fic !!! esse capitulo fico otimo !!!
ResponderExcluir^^ valeu gent XD
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