Nove Reinos! A Tormenta do Fogo e do Sangue!
Angel Dracarys
“Além deste local de ira e lágrimas
Ergue-se apenas o Horror da sombra.”
– William Ernest Henly, Invictus.
–
Quando
os malditos nove reinos foram fundados, nove reis existiam – ela disse com certa
impaciência – Como aquele deplorável Magnum ousa declarar-se o verdadeiro
suserano do continente. Se tivesse decretado guerra civil contra todos os
outros impérios, nada haveria de ruim. Mas promulgou uma coroação e agora
espalha a notícia pelos sete ventos que será a maior e mais grandiosa
comemoração já vista. É um completo absurdo!
Percebeu que sor Aaron Gray,
Senhor Comandante da Guarda Real de Flames, ajeitou-se desconfortavelmente em
sua armadura reluzente. Quando trouxera a notícia da proclamação de Magnum
Spark, do Reino Poderoso de Imbossimg, que se autodenominava agora como o Rei
de Värzeea, o homem se recolhera sob suas vestimentas de aço, temendo a ira de
sua rainha, a qual não tardou a aparecer, e com razão. Para sua majestade, tudo
aquilo que fosse montado de carne grudada ao osso deveria curvar-se diante sua
presença, por isso o cavaleiro ainda sustentava todo o peso do corpo e do
bronze sobre seu joelho direito. Sentia uma tênue emoção de compaixão ao homem,
por deixá-lo daquela forma, mas sua raiva sobressaía-se.
– V-Vossa Graça, – gaguejou ele –
Temo que o Reino de Twin já tenha se curvado diante do novo rei.
– Novo e ilegítimo rei, o senhor sor
quer dizer, não? – reclamou Angel – Imbossimg não passa de mais um entre nove
castelos, devo lembrar-lhe, e não acredito ser tão forte como diz ser. O povo
de Twin foi ignorante o suficiente para simplesmente oferecer vassalagem.
Fidelidade e trabalho em troca de proteção são meios básicos aos lordes, no
entanto ridículos a um rei. – ela mesma já havia possuído alguns vassalos, em
épocas passadas, quando sua monarquia parecia, muito inutilmente, próspera.
Perdeu-os tão rápido como areia escorrendo por entre os dedos.
– Re... Magnum – disse o cavaleiro
– prometeu ao reino um poderoso exército para combater o Desmoronado, antigo
inimigo – a voz dele tremeu por alguns instantes, analisando as conseqüências,
como sempre fazia ao transmitir-lhe uma notícia desagradável, quando disse: –
Seu povo clama que faça o mesmo.
A gargalhada que a mulher expulsou
das profundezas de sua garganta fez Sor Gray perder o equilíbrio por um
segundo, surpreso pela reação.
– Querem que mande um exército
para a guerra apoiando Twin? – adorava brincar com as palavras. Seu pai a
ensinara-lhe quando criança, almejando que um dia tornar-se-ia poderosa às
escondidas, enquanto o povo a subestimava, “Acreditarão que é vulnerável o
suficiente só para ler a mensagem superficial das falas, enquanto, na
realidade, cria planos estratégicos em sua cabeça” ele sempre lhe dizia. Vendo
que o homem a sua frente não lhe respondia, concluiu consigo mesma. O reino implora que eu me ajoelhe, pensou.
A ira pode ser vista inflamando ardentemente em suas bochechas – Nunca! Meu
povo é ingênuo de mais acreditando que me curvarei – gritou o mais alto que
pôde – Eu sou Angel Dracarys, filha de Elijah Dracarys, legítima rainha do
Reino Suspenso de Flames, e recuso-me a ajoelhar diante de Magnum Spark – sua
raiva floresceu como chamas consumindo um material qualquer. Suas próximas
palavras não foram estudadas devidamente, visto que, em todos seus momentos de
cólera, não mantinha uma mente saudável: – Eu declaro guerra contra o Reino
Poderoso de Imbossimg!
A face morena de Sor Aaron
tornou-se pálida e seus olhos, negros como a noite, arregalaram-se.
– Minha Senhora, não seria
inteligen...
– Sou sua rainha ou não? – ela o
interrompeu aos berros – Agora vá! Avise ao nosso exército que, em uma quinzena,
avançaremos para nordeste e marcharemos sobre as Terras Desenvolvidas.
– Não cometa os mesmo erros que
seu antepassado, Minha Majestade – o cavaleiro arriscou comentar – O exército
real contava com mais de dez mil homens quando Flames era próspera, mas esses
tempos se foram a muito e agora só enumeram menos de quinhentos. Nunca
venceremos se travarmos uma guerra, e Imbossimg tem quase dez vezes os nossos
números.
A rainha do Reino Suspenso não
discutiu desta vez, pois sabia que o Senhor Comandante tinha completa razão. Diante
da poderosa enfrentaria de Magnum, metade de seus homens desertaria e, por
conta deste pecado, seriam decapitados, enquanto os que tomariam coragem
morreriam em batalha. Quando Owen calculara ser auto-suficiente o bastante para
combater o mesmo inimigo, caíra em desastre e todo o reino montanhoso foi
coberto pelo sangue daqueles que o seguiram. Agora, Angel tinha quase a mesma
escolha: defender suas muralhas ou atacar aqueles que iam contra sua vontade.
No instante momento, esta questão seria facilmente resolvida, graças ao ódio
que lhe banhava o sangue das veias, mas era uma rainha e como tal deveria
acalmar suas emoções e ponderar diversos aspectos políticos e econômicos.
Arrependeu-se por não ser capaz de controlar sua própria língua e, agora, obrigada
a concertar suas falas anteriores.
– Levante-se, sor – murmurou. O
homem obedeceu, mas manteve sua cabeça baixa como nunca havia feito. Ele está a me temer, pensou – O que acha
que devo fazer agora, sor? – ela indagou, cuspindo a nomenclatura como se esta
fosse a coisa mais pecaminosa que já proferiu em toda sua vida – Quer que eu
corra me ajoelhar, como os meus lindos e preciosos camponeses almejam, ou me
propõem algo mais sensato do que uma guerra?
– Somente a Mão do Rei pode
discutir isso com Vossa Graça – respondeu o troncudo homem – Sou apenas o
comandante de sua guarda, assim, não estou apto para indicar-lhe o que é certo.
– Espero que se lembre não temos
uma Mão, pois sou uma rainha e não um rei e nosso último conselheiro fora
decapitado – era de Lorde Andrew que estava falando, a Mão de seu falecido pai.
Em seus bons tempos, era um homem inteligente e astuto que conseguia esfregar
duas moedas, uma na outra, e fazer surgir uma terceira, mas traíra todo o reino
passando sussurros das conversas do Pequeno Conselho para todos os outros oito
reis. Elijah nem teve tempo de descobrir quanto seu conselheiro ganhava com tal
traição antes de folgar dos ombros de Andrew o peso de sua cabeça, com um único
golpe de espada.
– Desculpe-me senhora, mas... –
conhecia Gray melhor do que a si mesma e sabia perfeitamente que o homem não
resistiria por muito tempo a dar-lhe sua opinião sobre o assunto. Sua sabedoria o condena – A senhoria não
tem condições de entrar em nenhum combate. Um cerco a algum lorde das Terras Desenvolvidas
seria a primeira coisa que algum qualquer optaria, mas logo as tropas de
Imbossimg, Meracqs e Sumerr estariam sobre a senhora e um massacre seria
inevitável. Talvez colocar suas tropas impedido a passagem pela Ponte dos Reis,
para que mais comida fosse impedida de alcançar as Terras Desenvolvidas, fosse
sensato, mas deveríamos com isso temer a fúria de Slaewis. Assim, a melhor
escolha é permanecer no vale.
– O senhor é precavido, sor, e
inteligente para alguém que nasceu de uma família de uma Casa tão rebaixada,
por isso têm experiência de vida, o que é ótimo. Seria uma ótima Mão do Rei
caso algum dia precise, esteja avisado. Caso tenha algum interesse em subir seu
poder no reino, estarei todos ouvidos – ela sorriu amargamente – Seus conselhos
serão analisados, tenha certeza disto, só tenho agradecimentos. Saía – ela
disse – e não informe a ninguém minhas palavras sobre guerra... por enquanto
não.
– Como quiser Vossa Graça.
Sor Aaron curvou-se
respeitosamente, virou-se e sua armadura brilhou uma última vez com a luz tênue
das velas, ao passar pelo portal de madeira. A porta fechou-se com um ruído
estridente. Livre de qualquer companhia visível, a rainha foi até a sacada de
seus aposentos e debruçou-se no pilar de cimento, observando as estrelas no céu
escuro, negro como às asas de um corvo.
Pelo canto dos olhos, viu nuvens negras pairando não muito longe do
castelo, quase cobrindo suas muralhas e as poucas moradias ao redor. O frio atingiu-lhe
a pele, o que a fez tremer.
O
que o senhor faria no meu lugar se estivesse vivo, pai? Ela se
perguntou.
Angel Dracarys ganhara o direito
ao trono do Reino Suspenso de Flames quando assassinara seu pai, Elijah
Dracarys, numa quente e úmida noite de verão, envenenando-o com Sono Profundo.
Contra as vontades do Pequeno Conselho, que desconhecia o motivo da morte e
almejava entregar o direito de governo à Lorde Liam, seu tio, a garota, filha
única de Elijah, ainda com quinze anos de idade, sentara-se no trono esculpido
de serpentes aladas. Os irmãos do antigo rei, que se autodenominavam
verdadeiros sucessores por direito, não se calaram até uma terrível peste
abalar o grande e poderoso reino, quando metade de todos seus habitantes
tornara-se moribunda e começara a morrer. A Peste das Nuvens, como foi chamada,
levara consigo a vida da mãe de Angel.
A rainha menos poderosa de todos
os nove reinos que constituíam Värzeea, visto que era a única que não tinha
sobre seu comando um vasto exército para o acaso de uma guerra e não dispor de
monstros – era como acreditava que se chamavam, no entanto, os Sábios do Fogo
insistiam que eram conhecidos como pokémons, as estranhas criaturas. Ao ver a
situação de Flames naquela época, qualquer um não suspeitaria o porquê de tanta
pobreza que possuía. Foi exatamente essa lembrança que Angel recordou, pelas
histórias que sua mãe lhe contara, naquela noite escura e fria, enquanto
contemplava as constelações.
Fora uma época de terrível guerra
quando o continente de Värzeea foi dividido em nove poderosos reinos – nas
terras mais ao sul, onde o frio era intenso e os homens não podiam falar sem
sua respiração tornar-se névoa acima de seus olhos, nasceu o Reino Congelado de
Aicoo, onde as criaturas que o habitavam eram tão frias e solitárias quanto seu
clima; as ilhas mais a leste formaram o que era conhecido como o Reino
Flutuante de Atlantis, onde os Domadores de Monstros controlavam imensas
criaturas marinhas misteriosas de inestimável beleza; próximo ao oceano, o
Reino Escravista de Slaewis era o único entre os nove que ainda utilizava esse
tipo de mão-de-obra, por mais pressionado que fosse para abolir esses métodos;
a oeste, os Reinos de Twin e Sibling – Caído e Desmoronado, popularmente
conhecidos – nasceram juntos e poderosos, mas contraditórios, visto que viviam
em plena guerra civil; nas Terras Desenvolvidas, a norte, o Reino do Verão de
Meracqs era uma das três cidades-reinos, voltada para o mar e com o comércio
desenvolvido para peixes e algodão; a grande potência econômica do continente,
outra cidade-reino, era Imbossimg, o Poderoso, possuía um grande exército
armado de aparelhos sofisticados, criaturas tanto aéreas como terrestres e uma
vasta extensão de terras para plantio de ervas medicinais, temperos e recursos
alimentícios; o Reino Aquecido de Sumerr nascera a extremo norte e era a
cidade-reino mais visitada de todo o continente e, aproveitando-se disso e
criando atrações, era o principal centro turístico; no entanto, mais a
noroeste, sob os gigantescos picos de pedra, cresceu o mais surpreendente e
imbatível reino entre os nove – o Reino Suspenso de Flames, construído numa
altura tão grande que as nuvens aproximavam-se e cobriam algumas regiões,
dando-lhe o efeito de parecer flutuar. Retinha um poderoso exercito de vinte
mil homens e as criaturas mais temíveis entre os chamados pokémons – os
dragões.
A pobreza de Flames começou no
governo de Owen Dracarys, bisavô de Angel. Fora, de início, os tempos mais
satisfatórios e realizadores para o Reino Suspenso. O comércio estava subindo,
o povo, feliz, tinha comida farta para a chegada do inverno intenso, a paz com
os outros oito reis era agradável a grande maioria e, dando ao resto do
continente de Värzeea um medo considerável por Flames, um imenso dragão
verde-esmeralda que pairava protegendo seu suserano e matando aquele que
ousassem o enfrentar – o Sábios do Fogo o denominavam como Rayquaza.
Mas Owen Dracarys não estava
satisfeito. O homem de meia idade queria poder sobre todos os outros e abriu
uma guerra armada contra Imbossimg, tentando conquistá-la e aproveitar seus
recursos econômicos. Vinte mil homens e quinhentos dragões de variadas formas
marcharam na direção da cidade-reino e teriam ganhado a batalha, graças ao
fator surpresa, se o Reino do Verão de Meracqs, enquanto o esquadrão
atravessava suas fronteiras, não avisasse a Imbossimg a possível invasão, o que
levou a uma proteção muito mais poderosa das muralhas da cidade. Quando o
exercito alcançou seu destino, foram completamente destruídos por seu inimigo e
obrigados a fugir com somente com 1/3 dos homens enviados e com apenas cem de
seus dragões. Furioso, Owen ordenou que Rayquaza fosse enviado ao Reino
Poderoso de Imbossimg, sobrevoasse-o e, se possível, o destruísse. O segundo
erro do rei ocorreu quando não calculou essa ação e o poderoso dragão, tão
temido por todo o continente, fora derrotado pelo pokémon supremo da
cidade-reino, Deoxys.
A batalha entre as duas majestosas
criaturas durara vinte dias e vinte noites e, como vitorioso, Deoxys matou
Rayquaza e o sangue do monstro decapitado regou os Campos de Marfim. Livres do
empecilho do medo, os outros sete reinos atacaram Flames diariamente.
Protegendo seu território, o exército do Reino Suspenso foi novamente
eliminado, sobrando apenas seiscentos de seus antigos homens que, percebendo a
derrota, ajoelharam-se e pediram misericórdia. Imbossimg, vingando-se dos
ataques contínuos de Flames no passado, invadiu suas terras e capturou todos os
pokémons dragões existentes e os executou na frente de seu rei, o qual, após a
retirada do exército do Reino Poderoso, jogou-se da mais alta torre de seu
castelo, deixando como sucessor seu irmão. Assim, tanto a linhagem pura do
Reino Suspenso de Flames como a espécie dos dragões, acabou.
Durante os anos, os outros reinos
distanciaram-se o mais longe possível de Flames, não visando riquezas nem poder
ao conquistá-lo, não se dando ao trabalho da árdua subida até seus domínios
aéreos. E o reino destruído começou a se reconstruir aos poucos, sem ninguém
cooperando ao seu lado. O plantio nas terras queimadas e podres era lento, os
camponeses eram obrigados a pagar impostos mais altos, os comerciantes, de anos
em anos, começavam a subir o vale cada vez mais e todo o capital conquistado
era revertido para o bem do reino, mas não passava disto. ”O povo e o reino
antes de si mesmo” era o lema que o pai tanto ostentava.
Angel sentiu-se irada com essa
lembrança e seu ódio pelos outros reinos que, invés de, na época, ajudar seu
bisavô lutaram contra ele, aumentou. Todos
eles têm que estar mortos, pensou. Mas
como matar alguém sem ter homens o suficiente ao seu dispor? Humanos, nessa época, não eram assim as únicas
criaturas preparadas para a luta, visto que havia seres que já nasciam para
isto desde o momento que suas mães os pariram. E a resposta estava cristalina a
sua frente, como os pequenos astros cintilantes no céu. Almejava relevantemente
esse objetivo agora que um dos reis denominava-se como Suserano de Värzeea.
Precisaria encher aquele planeta com a música, o cheiro e o medo das temíveis
criaturas que voaram sobre o continente, queimando, destruindo e trazendo
glória àqueles que os domavam.
– Eu preciso de dragões! – ela
disse para si mesma, com o entusiasmo crescendo no peito.
Quando Angel Dracarys adentrou o
septo, no dia seguinte, seu campo de visão encheu-se com homens e mulheres
trajando vestimentas de tons alaranjados, os quais logo se curvaram
respeitosamente diante de sua rainha. Angel mandou que dispensassem esses
devaneios e ordenou que os dois guardas de armaduras prateadas, que a
acompanharam até o aposento, esperassem atrás das imensas portas-duplas.
Obedeceram. Bestas de fogo percorriam a pequena extensão do compartimento,
cambaleando entre os pilares, escadarias e janelas, entre eles um macaco cuja
calda ardia em brasas, uma raposa alaranjada, pássaros de encantadora penugem,
um leão de juba flamejante e um estranho cachorro com chifres, seres que os
habitantes do local tanto amavam. Três dos Sábios do Fogo vieram deslocá-la
para o centro da habitação circular, colocando sobre suas costas uma espessa
manta rubra para esquentar-lhe a pele fria. Pelo toque que lhe causara a pele,
percebeu que era de veludo.
A rainha de Flames, atenta,
observou os detalhes do septo enquanto descia os degraus. Cinco pilares
dourados erguiam-se majestosamente na direção do teto abobadado, que
representava a imagem de Rayquaza voando no céu estrelado, e eram envoltos por
ramo de flores. A parede única era pintada com a história dos Nove Reinos,
enfatizando a Época do Grande Dragão e os séculos futuros, previstos pelos
homens que habitavam o centro religioso, revelando a queda de oito reinos. Só tento imaginar quais são eles, ela
pensou. No centro do aposento, um pedestal de pedra negra suportava uma vasilha
cheia de óleo, onde chamas vermelhas, quentes e vivas, crepitavam
constantemente. A maioria dos Sábios do Fogo mantinha-se perto do fogo, como
uma substância vital. E, de frente para as portas, uma magnífica estátua de
três metros de altura, representando a grande divindade dos Sábios, enfeitada
com rubis, topázios imperais e granadas, majestosa e imponente.
Quando Angel alcançou o destino,
contemplou as brasas do receptáculo, revoltada. Não acreditava nos deuses que o
povo sábio cultivava – Arceus e seus descendentes –, mas sentia-se mais aconchegada
perto do recipiente aquecido, querendo sempre aproximar-se mais, optou também a
encostar sua mão no estranho óleo, como se fosse água. Sugeriu a si mesma que
talvez fosse alguma das alucinações causadas pelos incensos queimados, lançados
no compartimento diariamente.
Muitos diziam que o Povo Vermelho,
como os Sábios eram conhecidos nos vilarejos e entre os cochichos dos povos dos
reinos, eram loucos vendo figuras na chamas que lhe atraíam tanto que abandonavam
suas vidas para adorá-las, usando como monstros apenas as criaturas capazes de
expelir chamas de seus pulmões aquecidos, para queimarem seus inimigos. Em
Meracqs, já receberá cartas comprovando, queimavam assassinos em suas amadas
fogueiras e rezavam a Arceus para que a alma do homem a sua frente
transformar-se em um espírito servidor, para ajudá-los a pregar entre a
população a verdade e seu deus. O rei de
Meracqs deve estar tão velho que nem vê o que está acontecendo nos pátios de
seu próprio castelo, ela pensou.
– Caros senhores, – ela interrompeu
o silêncio monótono – venho até vocês, para pedir que...
– Nós sabemos – eles responderam
em uníssono. A rainha sentia-se desconfortável perante aquelas pessoas.
Vestiam-se de maneira estranha, com roupas alaranjadas e vermelhas, seus olhos
eram quase brancos graças aos gases que inspiravam constantemente e seus
cabelos, sempre longos, até os dos homens, eram pintados em rubro, tão
vermelhos quanto sangue – Vossa Majestade quer dragões.
– Exatamente – a rainha esbanjou
um sorriso conquistador – e imploro com todas minhas forças...
– Nós sabemos – gritou uma mulher
alta ao seu lado – Nós sabemos de tudo! Precisa de nossa ajuda.
– E rápido – completou uma voz
masculina, mas Angel não pode identificar de onde o som viera.
Como sempre, estavam certos. Ela
sentiu-se irada pelo conhecimento externo dos Sábios do Fogo e tentou
visualizar a cena da morte de cada um deles: afogados, decapitados, enforcados
e estrangulados. Seu desejo tornou-se, misteriosamente, em arrependimento, mas
nem ela mesma conseguiu distinguir o motivo desse sentimento. Seu olhar fitou
as labaredas quentes e avermelhadas, que pareciam crepitar mais fortes naquele
momento, e as culpou. E a culpa transformou-se em dor. Sofrimento por apontar
os deuses daqueles homens como culpados, no entanto, nunca mudara suas opiniões
tão facilmente. O que está acontecendo? Pensou.
O que esses homens estão fazendo?
– Nós sabemos! – gritou um velho
de cabelos acinzentados e rubros. Seu rosto enrugado, mas sério, deixava-a
nervosa. O idoso representava o tempo e a sabedoria, diziam os guardas ás
vezes, contudo, Angel pensava se revelaria também o medo e o desconforto –
Você...
– Vossa Graça – a rainha
interrompeu-o, grossamente.
– Você não gosta de nós – ele
prosseguiu como se a interferência da mulher não houvesse existido – Não
importa se é rei ou camponês, nas mãos de Arceus todos somos os mesmo,
condenados ao sofrimento! Você – seu dedo ossudo e torto apontou na direção de
Angel – não acredita em nossas divindades e nós sabemos que seus sentimentos de
ódio transmudam perante as chamas do Grande Pokémon.
– Então as apague! – gritou ela, enfurecida –
Imediatamente!
Um homem de pele escura e olhos
quase completamente esbranquiçados, que os fazia parecerem cego, aproximou-se
cambaleante, retirou-lhe a manta vermelha e caminhou na direção do pedestal.
Quando o rapaz jogou o tecido no fogo, o odor de queimada encheu o ar e as
chamas aumentaram consideravelmente. O homem virou-se mais uma vez e fitou sua
rainha. Disse:
– Mas são elas que lhe darão a
resposta que deseja.
Verão
dragões voando nas chamas, pensou imediatamente. Por que vim procurá-los? Sou burra o suficiente para acreditar que
esses loucos conseguem algo! Não imagino nem ao menos como conseguiram tanta
fama e seguidores.
– Não é adequado pensar sobre nós
tão rudemente enquanto está na casa de nosso deus, Vossa Graça – o mesmo homem
falou, com um sorriso afetado pelo desprezo.
Angel teve um sobressalto ao ter o
conhecimento que o rapaz sabia perfeitamente o que acabara de passar-lhe a
mente. Os pêlos de sua nuca arrepiaram-se e não teve como conter que suas mãos
tremessem descontroladamente.
– Como você...?
– Deseja saber como terá os seus
dragões ou prefere ter uma aula sobre Arceus invés disto. Acho que a senhora
encontrará grande paz interior se a escutar.
– Quero meus monstros! Mas também
quero saber como descobrem o que penso!
– Nós sabemos – todos gritaram
juntos e começaram a caminhar, diminuindo a distância da vasilha de óleo. O
velho, quando chegou ao seu destino, colocou as mãos no fogo e, sem sentir
nenhum momento de dor, tocou o líquido efervescido. Fez uma cuia com os dedos e
encheu-a com o fluido, levantou-o no ar e o derramou em sua própria face,
queimando-a. O idoso começou a gritar, mas, pela sua voz, Angel não conseguiu
compreender se era de êxtase ou dor. Não desejou uma resposta.
No instante em que os berros
cessaram, o velho de pele alva abaixou a cabeça e rodou o pescoço até que sua
face enchesse o campo de visão da rainha do Reino de Flames. Um grito de terror
ficou preso em sua garganta, engasgando-a. A face achava-se desfigurada e
pedaços de pele desgrudaram-se da origem e pendiam no ar, os olhos fechados,
cabelos queimados caindo e seus lábios, antes tão retilíneos e claros, não
passavam mais de uma tênue linha rachada. Sangue corria do canto do largo
sorriso do idoso e um pouco do estranho óleo ainda molhava seu rosto.
– Nós sabemos – murmuraram os
outros, quase cantarolando – Nós sabemos, nós sabemos, nós sabemos...
– Guardas! – ela gritou
desesperada, dando passos para trás na tentativa de se aproximar das
escadarias. A imensa porta dupla, entalhada com aves de rapina, balançou,
contudo, não se abriu. Por mais que os cavaleiros tentassem adentrar o
compartimento, pelo notado, não conseguiriam. Angel começou a tremer descontroladamente,
temendo o pior.
Os lábios do velho homem
mexeram-se desconfortavelmente e sua boca escancarou-se o máximo possível, sem
imitir nenhum som. A voz, no entanto, estridente e elevada saíra do fundo de
sua garganta e fez os pêlos da nuca da soberana do reino arrepiar-se. Com
calma, como se analisasse as palavras que falava, o novo espírito dentro do
corpo do idoso balbuciou:
– Com fogo e sangue o antigo
torna-se novo... Sob a lua de prata, aquilo que morreu renasce... Vida de
gente, alma de corvo... Aquele que merece no trono sentar, que passe – o corpo
do idoso remexeu numa estranha dança e seus membros retorceram em posições
sobre-humanas antes que despencasse no chão, aos pés do pedestal negro, morto.
Dois jovens de não mais que
quatorze anos, completamente trajados com cores avermelhadas, correram até o
corpo inerte, ajoelharam-se e começaram a murmurar frases em uma linguagem
estranha e de pronuncia rápida, o que a rainha julgou ser uma espécie de reza
entre os Sábios do Fogo. O homem, que antes queimara seu manto, foi até sua
direção e passou os dedos por sua maçã do rosto, mas ela bateu com a mão no
rapaz, impedindo-o de prosseguir. Estava com medo do que aconteceria depois. Um
dos jovens levantou-se novamente, fitou o homem de pele escura e ambos
assentiram para os companheiros. Foi uma mulher usando um vestido que lhe
coçava os tornozelos que se tornou porta-voz dos outros:
– Hoje, ao anoitecer, recebera uma
visita, pois é a vida de gente, alma de
corvo... Espere-a na Sala do Trono, sozinha. Aquela que te irá ver não pode
lhe machucar fisicamente enquanto Vossa Graça estiver sentada em seu trono,
pois feitiçaria negra não funciona contra o sangue real nos domínios de seu
poder. Mas tema-a! A noite é escura e cheia de terrores e Vossa Majestade
encontrará um dos piores deles. Nós rezamos para que a senhora consiga o que
quer, visto que sacrificamos um dos nossos para que soubesse quem poderia
dar-lhe o presente que almeja.
– Quem irá me visitar? – logo após
a mulher silenciar-se, ela indagou.
– Maleficent!
Antes de poder criar qualquer uma
de suas objeções em palavras, Angel ouviu as portas se abrirem com um estrondo.
Sor Aaron Gray estava esperando-a
no fim do corredor, ereto e majestoso em sua armadura cor de ouro. A rainha
Dracarys ordenou que os guardas voltassem a guarnecer as muralhas e
explicou-lhes com rapidez que o Senhor Comandante sozinho seria capaz de
protegê-la caso algum ataque ocorresse. Eles obedeceram de bom agradado e se
viraram para o corredor que já haviam percorrido antes. Angel analisou,
enquanto isso, as feições de seu novo companheiro protetor e não aprovou o que
notou, pois ele estava preocupado, por mais que tentasse esconder esse
sentimento numa expressão rígida.
– Rei Colton Blake, do Reino
Flutuante de Atlantis, acaba de declarar-se rei – ele disse sem delongas.
– Pois mande nosso meistre
mandar-lhe um Pidgey dizendo que já é um há mais de vinte e cinco anos, ou será
que a bebida que ele tanto ama só o deixou perceber isso agora? – ela
respondeu-o sarcasticamente – Não vejo nenhuma novidade nisso –, mas ela sabia
exatamente o que o soldado queria dizer.
O soldado limpou a garganta com a
mão direita antes de falar:
– Ele acaba de se nomear o rei de
Värzeea.
– Maravilha – a rainha do Reino de
Flames murmurou – Como ele se atreve também? Acha que com aquelas coisas saindo
da água a seu bel prazer conseguirão torná-lo vitorioso numa guerra? Pois não
vão! Blake é ingênuo e despreparado.
– Mas, Vossa Graça...
– Não importa, mesmo que agora
ache que temos dois reis disputando o trono – interrompeu-o, como sempre fazia
com estava tentando acalmar a si mesma – A verdadeira rainha está prestes a
conseguir seu exército e finalmente poderei proferir a frase que tanto desejo.
Atlantis tem água e Imbossimg tem dinheiro, mas Flames terá novamente dragões.
– Vossa Majestade, por favor, se é
sobre esse assunto que foi ter com os Sábios do Fogo, imploro que reconsidere.
Não são septões para dizer o que seus deuses, ou deus, conseguem fazer, mas são
bruxos, vindo do outro lado do Mar de Jade, de Qarth e Asshai. Pedirão sua vida
para ressuscitar os dragões. Como governará e domará seus monstros se estiver
debaixo da terra?
Angel abriu um largo sorriso, como
se as preces do Comandante da Guarda fossem apenas brincadeiras de criança.
– Não serão eles que me darão o
que quero – ela disse.
– Então quem será?
– Maleficent – e a resposta raspou
sua garganta, como seu a nomenclatura fosse entalhada em vidro quebrado. Só
precisou ver a expressão de Sor Gray para entender que estava fazendo algo terrível
para obter seus desejos, olhos arregalados, a expressão séria abandonada para
que os corvos a devorassem, o medo enchendo-lhe o peito só por escutar o nome
da mulher. Toda Värzeea conhecia Maleficent, a tão cruel e aclamada feiticeira,
rotulada por uma conjurada das trevas, e seu misterioso Honchkrow que se
mantinha imóvel sobre seu cajado de salgueiro, lembrado pelos rumores como um
ser humano transformado em monstro pela temível bruxa. Os camponeses
trancavam-se em seus lares, numa inútil tentativa de deter seu poder, as
chamas-esmeralda, e pintavam suas portas com sangue de gado, considerando que
afastariam as pestes de vampirismo e licantropia para longe de suas famílias. Nunca funciona, pensou a rainha. Ela sempre consegue o que quer e ela sempre
quer alguma coisa. Angel nunca vira a feiticeira antes, mas já escutara
milhares de sussurros sobre seu respeito. “É menos poderosa do que a rainha de
Aicoo, mas tão terrível quanto às três irmãs bruxas de Castelo Noite Negra”, já ouvira algo do tipo – Ela me ajudará
– completou.
Sor Aaron demorou certo tempo para
captar a informação e processá-la corretamente, levando em conta uma loucura
excessiva da parte de sua suserana. Ela percebeu que ele temia sua futura
visitante, que faria guerra contra qualquer um para mantê-la longe, e não pôde
conter o riso.
– Não ria Vossa Majestade!
– E não tente me ordenar, sor. Tem
medo da mulher mais do que tem medo dos demônios que esgueiram na noite entre
as árvores dos pântanos. É meu maior e único amigo, mas é tolo! Não a verá, se
é isso que o deixa apreensivo, pois eu a receberei, sozinha. Foi um dos pedidos
dos Sábios do Fogo e devo respeitá-lo caso queira conseguir meus dragões.
– Vossa Graça, a senhora nunca a
viu, só escutou o que o povo murmura e qualquer um pode mentir. Faça qualquer
coisa, eu imploro mais do que tudo, mas não fale com... ela – o cavaleiro era
incapaz até de proferir seu nome – Arranque meu coração se for necessário para
que seus monstros renasçam, mas não obedeça nenhuma palavra que aquela bruxa disser.
– Fico feliz, meu estimado Sor,
que tem tanto carinho por mim que doaria sua vida para o meu prazer, – ela
disse e então endureceu suas expressões – mas preciso saber pelo menos o que
ela me propõe e o que me cobra. Talvez não seja necessário algo tão precioso
como seu coração... ou sua vida.
– Minha Rainha, por favor...
– Está decidido. Vou recebê-la
mesmo se o senhor sor não deseje isso. Maleficent não pode ser tão ruim quanto
dizem, senão os Sábios do Fogo seriam burros o suficiente ao mandá-la até mim.
Duvido disso, eles próprios me falaram que feitiçaria
negra não funciona contra o sangue real nos domínios de seu poder, assim,
enquanto estiver na Sala do Trono, sentada, ela não pode me fazer mal.
– Enfatizando feitiçaria negra, isso significa que ela não pode usar seus poderes
esverdeados contra a senhora, mas ela ainda tem sua desprezível parte humana,
dei-lhe uma faca ou uma espada e no segundo seguinte estará grudada em seu real
peito. Não deve esquecer também do estranho Honchkrow que ela exibe com tanto
orgulho, pode muito bem alçar vôo e atacá-la com suas garras.
– Precavido. Alguma vez disse a
você, Sor, que deveria ser a Mão do Rei? – ela quis saber, toda sorrisos.
– Exatamente ontem à noite, em
seus reais aposentos, Vossa Majestade, enquanto falávamos sobre o reino.
– Não retiro nenhuma palavra do
que disse, então. É mais esperto do que acredita ser e, se as divindades dos
Sábios forem boas, logo estarei sentada num trono maior do que possuo, com nove
reinos para governar. Necessitarei de uma Mão, alguém que me ajude a raciocinar
em tempos difíceis. Acho que tenho uma boa ideia de quem será a minha escolha.
“A noite é escura e cheia de
terrores e Vossa Majestade encontrará um dos piores deles”, o interior de sua
mente lembrava-lhe. Faltavam por volta de cinco minutos para que os sinos
badalassem, anunciando a meia noite, e Angel já se sentia desconfortável em seu
próprio trono de ouro e prata, onde belas ilustrações de serpentes aladas
enfeitavam o cadeirão. Sua mão direita agarrava-se a cabeça de um dos dragões
e, por mais sólida que soubesse ser, tentava esmagá-la, contendo a raiva do
atraso de sua convidada. Os Sábios a avisaram que a bruxa chegaria ao
anoitecer, mas não especificaram um horário correto e, por mais de duas horas,
a rainha esperava entediada pela visita. Almejava suas criaturas, mas haviam
guerras a ser travadas em sua mesa. Seu pai sempre a contara que existiam
batalhas que eram vencidas com tinta e papel, mas nesse instante, a única luta
em que estava era contra si mesma. Vou
decapitar cada um do Povo Vermelho e colocar suas cabeças em estacas envolta
das muralhas do castelo, caso isso for apenas uma piada sem graça. Temia
que a espera fosse desnecessária e que Maleficent nunca apareceria.
Um chacoalhar de ferro contra ferro
a assustou, mas era apenas sor Gray escondido entre os grossos pilares da Sala
do Trono. Insistira em comparecer, por mais que a rainha mandasse-lhe ficar o
mais longe possível. Chegou até a pensar, certo momento, que a feiticeira só
não surgia por sua culpa, por não ter obedecido ao que lhe fora pedido.
“Ficarei e a protegerei caso a criatura tente atacar Sua Majestade” ele disse
“Esse é meu dever e o cumprirei mesmo se tiver que dar minha vida em troca”. Em
tom irônico, a suserana de Flames sorriu e disse: “Já tentou me entregar sua
vida duas vezes em apenas um dia, querido sor. Tome conta dela, pois talvez
qualquer hora eu queira que cumpra seu juramento”. “Será uma honra, Vossa
Graça”, ele tinha rebatido.
A Sala do Trono estava
completamente iluminada e aberta. Velas haviam sido espalhadas pelo chão em
pontos estratégicos para oferecer uma melhor iluminação enquanto os candelabros
de ferro, com cem velas cada um, pendiam presos em argolas, entregando mais luz
ao teto abobadado do que para a superfície. Todas as vinte longas janelas
estavam abertas, permitindo que uma brisa suave e gélida adentrasse no local,
deixando-o úmido. As imensas portas duplas tão estavam escancaradas, como numa
demonstração de acolhimento para a possível convidada, e, por trás delas, o
pátio central, silente e imerso na escuridão. O Pequeno Conselho lhe advertira
que deixar o grande salão tão aberto era um erro extremo, já que qualquer
infiel ou revolucionário poderia adentrá-lo para matá-la, mas ela não lhe deu
ouvidos. Assim, tiveram que lhe entregar a alternativa de que levasse pelo
menos dois guardas para protegê-la. Também rejeitou. Nem Aaron almejava por
perto naquele instante, muito menos mais homens de sua guarda.
Quando os sinos começaram a tocar,
o pássaro foi o primeiro a ser visto adentrando o grande salão, naturalmente.
Era um elegante Honchkrow, um corvo cuja maioria da penugem era tão negra
quanto à noite e diversificada com algumas poucas rubras, como se o céu noturno
fosse levemente pincelado com sangue. Um peito branco e macio, como uma nuvem,
sob sua face assustadora e séria, tão destemida que não parecia nunca ter
travado uma derrota. As penas formando a silhueta de um chapéu, sobre sua
cabeça. O monstro pairou por alguns instantes antes de voar em círculos, como
se estudasse o território em que estava presente. Ela chegou, foi o único pensamento que passou pela mente de Angel.
Uma forte ventania deu-se de
repente. Os candelabros balançaram descontroladamente e as chamas morreram,
deixando somente acesas as mais próximas ao trono onde a rainha encontrava-se.
A mulher agarrou-se contra duas imagens das criaturas aladas quando começou a
ouvir os passos, mas nada viu. O corvo grasnou. Foi somente quando a feiticeira
aproximou-se mais que pode ver seu contorno disforme e, mais tarde, seu rosto e
aparência.
Os chifres chamaram-lhe mais
atenção. A cor era completamente indefinida, visto que o par de protuberâncias
encontrava-se enrolado em um tecido de tonalidade preta, que também lhe
escondia os cabelos e fechava-se no fim do pescoço. Seus lábios eram tão
vermelhos que pareciam terem sido tingidos com sangue e seus olhos, profundos,
observadores e cruéis, eram amarelos como raios de sol, com toques de verde. O
contorno de sua face, delicado, perfeito e belo. Suas vestes eram escuras e tão
compridas que arrastavam a poeira do chão e balançava suavemente a cada passo.
A ponta azulada de seu cajado de salgueiro foi ocupada pelo elegante Honchkrow.
A feiticeira era sombria como a noite, mas maravilhosa como um lótus, tanto que
a rainha pegou-se a invejando.
Parou a frente do trono de Flames,
bateu com o bastão contra a pedra e um som perturbador arrebentou-se nos
tímpanos de Angel.
– Ora, ora... – sua voz parecia
zombar de cada letra pronunciada, como se todo o momento não passasse de uma
brincadeira infantil – Há quanto tempo, Vossa Majestade! – e curvou-se numa
reverência, jogando seus braços para trás e abaixando todo o tronco em direção
ao chão. Dracarys notou que a bruxa a observava pelo canto superior do olhar e
isso prosseguiu até mesmo quanto Maleficent voltou sua coluna ereta.
– Tempo? Não me lembro de termos
nos encontrado antes.
– É óbvio que não recordará – a
mulher esbanjou um sorriso largo e branco e um riso escorreu do fundo de sua
garganta – Mas eu lembro-me de você! A última vez que a vi, você estava em seus
aposentos, conversando com o cavaleiro de armadura de bronze. Quando ele se
foi, correu para a sacada e as palavras escaparam de sua boca: “Eu preciso de
dragões”, foi o que disse. Responda-me algo! – ela fitou a rainha e o tom de
seus olhos aparentemente tornaram-se mais esverdeados – Você realmente vai
começar uma guerra?
Como
sabe disso? Angel
quis gritar, em pleno desespero. Como
estava em meu quarto? Não havia nada lá! Ou será que havia? Não gostava da
sensação de estar sendo observada, principalmente quando disso nem lhe passara
pela mente. Contradizendo o que desejada, seus lábios falaram:
– Era você embaixo da cama?
– Aposto que foram meus olhos que
me denunciaram – rebateu –, mas o motivo da minha presença aqui não é sobre
discutir meus métodos de espionagem. Os Sábios me falaram – mudou sua atenção
para suas unhas, analisando se havia algum detalhe estragado ou defeituoso –
Você quer fazer um acordo comigo!
– Imaginei que faria de bom agrado,
sem nada em troca...
– Toda magia tem seu preço,
tolinha – a rainha pensou em incriminá-la pela nomenclatura, mas recolheu-se
sob sua própria pele. Não seria adequado repreender alguém de tão alto poder –
Não distribuo meus poderes ao bel prazer dos humanos, entretanto faço acordos.
Meus conjuros são muito preciosos para mim, então desejo algo valioso da sua
parte. Como, por exemplo, poderia me dar...
– Diga logo o que tanto cobiça! –
ordenou a suserana do Reino Suspenso.
– Eu quero... – e parou de falar
no meio de sua frase, explorando as tantas opções que tinha na palma de sua
esbranquiçada mão – sua vida!
Chocou-se.
Sor
Aaron preveniu-me, mas não dei ouvidos a ele, pensou ela imediatamente. Sou a rainha mais burra entre os nove
reinos. Magnum é um estrategista, Colton é um poderoso Domador, White é outra
bruxa, Ackley é um negociador e eu sou uma burra! Por que eu mandei chamá-la?
Para ela tirar-me a alma? No entanto, agora, se não aceitar, ela irá me chamar
de fraca e se, ao contrário, dizer “sim”,
morro...
– Tem desejos estranhos,
Maleficent – foi o que apenas disse.
A feiticeira limitou-se a sorrir
ainda mais.
– Não seja tola, tolinha. Por que
lhe tiraria a vida agora para depois lhe dar dragões? Não faz sentido nem mesmo
a mim. Terei sua vida no momento certo, quando realmente tiver que morrer e só
então sua alma me pertencerá. Quero ver um pouco de morte, sangue e destruição
antes. Quero contemplar o Reino Idiota de Imbossimg pagar o que me fez!
– Está usando-me como objeto para
conquistar uma vingança – Angel não gostava de como aquilo lhe soava aos
ouvidos – Não gosto de como isso soa em meus ouvidos. Poderia mandar que lhe
cortassem a cabeça, sabia?
– Muito cruel de sua parte. Pode-se
dizer que estou apenas, por enquanto, investindo em você. O que acha, aceitará
meus métodos ou recusará como um covarde?
As palavras atingiram-lhe o peito como uma
flecha em chamas. Nunca deixaria que alguém, principalmente de uma Casa tão
rebaixada ou uma filha de camponês, chamar-lhe de covarde. Ela era Angel
Dracarys, Filha de Elijah Dracarys, e nunca fugiu do perigo, muito menos tendo
um desejo tão grande sendo apostado sobre o tabuleiro de jogos.
– Aceito! – ela gritou, levando-se
do trono e erguendo o queixo o máximo possível. Uma brisa suave, vinda das janelas,
remexeu seu longo vestido alvo com enfeites dourados e algumas mechas de cabelo
louro desprenderam-se do corte e escorregaram pelo rosto, cobrindo seu olho
direito.
– Perfeito, isso dará uma bela
refeição para minhas chamas – agitou a mão livre, a da esquerda, e brasas
verdes-esmeralda surgiram entre os dedos; era um fogo mais belo do que aquele
queimando no Grande Septo, parecia, certos momentos, ser de vidro, já que o
outro lado ainda podia ser visto com clareza.
A rainha de Flames encantou-se com a visão – Foi meu acordo mais rápido
que já tive. Vossa Graça, tolinha, tem uma conversa direta, ao contrário de
outros lordes e reis. Gosto disso em você.
– Obrigada, acredito. Não estou
para conversas e desejo logo aquilo vim procurar.
O Honchkrow granou alto e alçou
vôo, pairando em círculos ao redor de sua protetora, que atirou seu cajado
contra o mármore. Onde o bastão caíra, desaparecera com um estrondo. Os outros
cinco dedos, da direita, incendiaram-se em segundos. A face da bruxa
iluminou-se quando girou uma meia-volta e sua comprida e grossa capa negra
balançou ao vento. Todas as velas apagadas da Sala do Trono retornaram a se
ascender, mas agora eram chamas esverdeadas que queimavam o pavio. Maleficent
abriu os braços o máximo possível e clamou para que o fogo lhe concedesse o
feitiço, murmurando, após, uma estranha língua antiga que Angel desconhecia
completamente.
E uma imensa fogueira verde, alta,
imbatível e incontrolável, acendeu-se no meio do salão.
– O que acha disso, tolinha? – A
bruxa, ainda com os membros estendidos, girou a cabeça para fitar a suserana do
reino, gritando mais alto que o crepitar das brasas. Sem obter uma resposta,
continuo: – Aproxime-se e aproveite melhor o meu poder. Sinta o calor esquentar
seu corpo e os desejos mais profundos se aflorando!
– Eu os quero! – a rainha Dracarys
não se conteve. Desceu apressadamente os degraus que elevavam o trono do Reino
Suspenso sob a plebe e aproximou-se a passos largos na direção da fogueira
esmeralda – Eu almejo meus dragões, mas também desejo essas labaredas.
– Meu fogo não está à venda. Seus
dragões eu posso lhe entregar, mas há mais um preço por uma magia tão alta...
– Dei-lhe minha vida – Angel
berrou – Como ousa pedir mais de mim? O que quer desta vez: ouro, prata, pedras
preciosas, meu reino? Não sou tão tola como acha que sou, Maleficent. Se
pensar em tirar-me mais do que a alma, o acordo está desfeito.
– Vou fazer uma magia de sangue,
então preciso de sangue – a feiticeira manteve seu tom calmo.
– Meu sangue?
– Não, tolinha, não – suas
palavras seguintes fizeram a rainha repensar sobre o que estava prestes a
realizar: – Sangue daquilo que mais ama!
Foi então que Sor Aaron surgiu das
sombras de um pilar, correndo, espada desembainhada; e sua armadura, antes
cinzenta e esbranquiçada, era nada mais do que o reflexo das chamas: verde.
Estava indo contra a direção da feiticeira, com a coragem brilhando nos olhos,
por baixo do elmo, quando Angel Dracarys o impediu de prosseguir, entrando em
seu caminho. O cavaleiro, surpreso, conteve-se bruscamente e sua arma parou
centímetros do ombro da mulher. Trocaram um profundo e lamentoso olhar entre
si. Um filete de lágrimas ameaçava brotar dos olhos da rainha, que encheu o
peito com uma bufada de ar e controlou-se.
– Vossa Graça... – ele começou.
“Sangue daquilo que mais ama”, as
palavras martelaram em sua cabeça.
– Como ousa, sor? – ela gritou e
sua ira nem mesmo as labaredas esmeralda conseguiriam acalmar, tanto que, em
comparação a sua voz, não passava de um zumbido. Talvez todo o castelo já
estivesse acordado com devido barulho – Não devia estar aqui! Eu mandei-lhe ir,
mas ficou e agora tenta atacar minha convidada – caminhou em círculos ao redor
do homem, até que o deixou entre ela e o fogo – Eu sou sua rainha e você é o
comandante da guarda, não meu pai!
Sangue
daquilo que mais ama...
Pelo olhar do cavaleiro, ela
percebeu que escutara toda a conversa, sabia perfeitamente o que cada palavra
significava e, muito menos, nem se importava com as reclamações de sua
majestade. Sangue... daquilo... que mais
ama! Desculpe-me. Um suspiro escorreu dos lábios de Sor Gray e ele fechou
seus olhos antes de balbuciar:
– Eu amo você.
Daquilo
que mais ama. Ficou
sem reação, mas sabia o que desejava responder a ele: Eu também amo você, mas, invés do que almejavam, seus lábios
falaram a coisa mais estúpida que podiam ter produzido:
– Obrigada – e empurrou-o com
todas suas forças. Aaron perdeu o equilíbrio o suficiente para que as chamas o
engolissem por um todo. Angel virou o campo de visão para o lado, impedindo de
contemplar a terrível cena e numa inútil tentativa de controlar as lágrimas,
que ameaçavam surgir. Um único nome, a pessoa que lhe pertencia, e um som. Os
Sábios do Fogo haviam lhe informado que era necessário fogo e sangue para algo
renascer, no entanto queria ela ter pensado melhor no preço tão alto que teve
que pagar. Arrependeu-se profundamente e os gritos desesperados do cavaleiro
encheram o salão.
Quando a Sala do Trono foi banhada
pelo silêncio, o primeiro de seus dragões nasceu com um profundo crac espalhando-se – comprido, com
escamas azuladas repicadas por todo seu corpo, braços curtos, olhos
avermelhados e sérios, asas triangulares e um par de chifres de coloração
branca. A criatura formou-se da carne do braço queimado de sor Aaron e saltou
das chamas como um ovo sendo chocado e subiu o mais alto possível até o teto
abobadado, abriu suas elegantes asas azuis e grunhiu uma adorável música que
encheu os ouvidos de Angel. Lembrou-se nas imagens de um antigo livro
empoeirado da biblioteca, que amava observar quando criança, e recordou a
figura ilustrada daquele monstro e seu nome: Latios.
Crac.
O
segundo que saíra das brasas ocupara quase metade do grande salão e apagara as
chamas por uns poucos segundos. Completamente esbranquiçado, suas escamas se
assemelhando mais com pêlos do que com uma crosta, uma cauda longa onde
queimava um brilho rubro, imensas garras, asas tão potentes que seriam capazes
de destruir um reino caso assim almejassem e um colar duplo envolvendo seu
extenso pescoço. Esse não foi capaz de adivinhar o nome, mas era de extrema
beleza. Imaginou se seu vestido alvo e elegante estava combinando com as
escamas do pokémon.
O que sobrara da Sala do Trono
fora ocupado pelo terceiro dos dragões. Crac!
Uma criatura temível cujas asas eram feitas de sombras e espinhos rubros
como veneno. Seis patas divididas igualmente para ambos os lados de seu corpo,
um grosso e dourado elmo protegendo sua garganta e cabeça, uma cauda revolta e
um olhar capaz de causar os piores de todos os pesadelos. Por mais que ela se
lembrasse da imagem, muito bem colorida do pokémon, era incapaz de recordar sua
nomenclatura. Este, ao contrário dos outros dois, não era elegante e cheio de
uma graça nascida, mas poderoso, incontrolável e assustador, assim seria a
criatura perfeita para representar a nova Angel, alguém que, diante, todos os
povos e reinos deveriam se curvar e temer.
– Latios, Reshiram e Giratina – a
rainha esquecera-se completamente da presença de Maleficent, mas lá estava ela
com suas vestes negras como a terceira besta. As chamas de sua fogueira haviam
se apagado em fim, mas uma luz verde-esmeralda ainda iluminava a feiticeira.
Mentalmente, agradeceu-a por entregar-lhe aquele lindo presente, seus filhos.
Era incapaz de colocar sua emoção em palavras. – Estou na presença de
divindades!
E os monstros cantaram em
uníssono. Latios com sua doce e meiga música que acalmava os sentimentos,
Reshiram com seu berro conquistador, como de um guerreiro que sobrevivera até o
fim da guerra, e Giratina com seu grito ensurdecedor e fantasmagórico. A
maioria do castelo, que surpreendentemente não acordara com os fatos
anteriores, despertou em pânico, enquanto a outra parte dos habitantes,
arrevesando os corretores para observar os ocorridos, parou de caminhar, temerosa.
Até o castelo do Reino Congelado Aicoo, construído em gelo e neve, estremeceu e
a aurora boreal arrebatou-se sobre suas altas muralhas. As criaturas marinhas
de Atlantis fugiram para as áreas mais negras do mar naquele momento e os
escravos de Slaewis não precisaram de seus feitores para acordar. Até mesmo o
poderoso Imbossimg aparentou retrair-se diante de tal som esplêndido. Era com
berrante dos dragões que Värzeea despertava para uma nova era!
No
próximo capítulo...
Fogo
e Gelo! Avancem para o Norte!
Icebelle
White Belacour
As
notícias de dragões e guerra não tardam a chegar ao reino de Aicoo. O povo
esconde-se em seus lares, exércitos marcham para o combate e escolhas e
alianças são feitas. A rainha do Reino Congelado apura suas opções. Batalhas de
criaturas, antes tão raras, voltam a ocorrer naturalmente. A guerra rompe entre
todos os reinos.
Olá, Matt-Sensei! Vou chamá-lo assim porque você escreve tão bem que merece outro tipo de tratamento. kk'
ResponderExcluirEstá fantástico! Mas essa rainha é demasiado egocêntrica, eu acho... Mas talvez seja para ser realistas, pois na Idade Média, as pessoas ricas eram assim mesmo, egocêntricas e frias. Mas ela tem um pinguinho de sentimento, parece. xD
Pena que o seu guarda morreu... Coitadinho, mas "ressuscitou" como dragões lendários. Era bonito se a mente dele habitasse o corpo desse dragões e assim Sir Aaron pudesse continuar com sua amada rainha.
Mas o capítulo ficou enorme! Quase ninguém vai ler! Acho que deveria tornar os capítulos mais pequenos. Assim também iria originar mais capítulos.
Penso que é tudo. Bye, Sensei! ~ :D
Olá, Okumura. Obrigado por comentar e pela nomenclatura, gostei muito. rsrs'
ResponderExcluirCerto, o objetivo principal era mostrar como Angel é extremamente egocêntrica e pode até matar qualquer um em seu caminho só para conseguir o que almeja, mesmo que seja tirada a vida de seus pais ou de seu verdadeiro amor. Esperava passar essa mensagem claramente no texto e, pelo notado, consegui.
Um coisa que notei no seu comentário é que utilizou a nomeação Sir para referir-se à Aaron Gray e não Sor, como usei durante todo o capítulo. Bem, queria só explicar meus motivos de mudar uma das letras, caso algum dos leitores tenha essa dúvida em mente: ambas estão corretas, mas George R. R. Martin, enquanto escrevia seus livros das As Crônicas de Gelo e Fogo, denominava os cavaleiros como Sor (até mesmo a tradução dos livros adotou esse método) e basicamente acabei utilizando-o também. Somente isso!
Sei que o capítulo ficou muito extenso e tenho máxima certa que de cada dez pessoas que olharem o capítulo, apenas uma irá ter coragem de lê-lo completamente. Desde que comecei a escrever Nine Kingdoms, percebi que seria um grande problema, contudo, mesmo que eu tentasse (e tentei), não conseguiria diminuir o volume de informações. Talvez a ideia de dividir os capítulo seja boa, mas o problema nesse caso seria: os fins dos capítulos cortados serão tão bons e impactantes quanto os finais dos originais? E é essa questão que me incomoda, já que desejo causar uma emoção de surpresa ao leitor.
Muitíssimo obrigado por comentar. Suas ideias, pode ter completa certeza, serão pensadas e até mesmo adotadas se o final da história continuar o mesmo que criei...
Até a próxima. Bye! :D
Caramba. Gostei muito. `Eu preciso de dragões`... eu tenho um sylveon, sabe de nada inocente. A forma q foi escrita esta fic foi demais. A minha Sinnoh Adventures, que é a minha primeira fic, nem chega aos pés dos detalhes desta aqui. Me lembrou as Cronicas de Gelo e Fogo conjunto de livros ótimos. Se quizer ler a minha, se chama Sinnoh Adventures e está no blog Pokesite. Realmente muito boa.
ResponderExcluir"Eu preciso de dragões!" rsrs.
ResponderExcluirComo você citou a escrita, só gostaria de explicar que utilizei esse método de escrever por causa da época e estilo de vida em que estamos lidando. É um período quando os detalhes são muito bem valorizados, tanto que há castelos, jardins muito bem cuidados, templos de marfim, e muitas coisas específicas, por isso resolvi usar esse desenvolvimento mais descritivo, para tornar a história mais real.
Referindo-se As Crônicas de Gelo e Fogo, só tenho a dizer que toda a inspiração da fanfiction foi retirada da coleção de livros de George R. R. Martin. É lógico que há mais contos misturados à trama, contudo a coleção mística desse renomado escritor é a mais presente.
Obrigado por comentar e pelos elogios. Pretendo sim ler sua Sinnoh Adventures. Até a próxima! :D
Muito massa..... dragões e dragões e mais ..... dragões .... até hoje não entendi como os fada vence os dragões..... pretendo acompanhar esta fic.
ResponderExcluirEu já li dois capitulos de Sinnoh Adventures e me apaixonei pela menina, mas demora muito de postar...... E eu abandonei.
Olá Anônimo.
ResponderExcluirComo você obviamente percebeu, há muitos dragões nesse capítulo, mas, por enquanto, somente nesse. Nos próximos que estarão por vir irei apresentar, pode ter toda certeza, todos os mais diversificados tipos de pokémons.
Acredite quando digo que também não entendo como as criaturas do tipo fada possuem vantagem contra os da espécie dragão.
Obrigado por seu comentário. Até a próxima! :D
That's perfect!
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